domingo, 25 de novembro de 2007

Lástima que no sé cocinar

Uma das poucas coisas que redimem a minha mãe de suas falhas é o fato indiscutível de que ela cozinha muito bem. Não é só porque ela faz comida gostosa, mas pela incrivel capacidade que tem de transformar praticamente qualquer coisa em algo comestível e saboroso.

Em tempos de vacas magras, por exemplo, ela pegava uma batata, um pedaço de cebola, meio tomate, um ovo e um pouco de farinha de trigo e em poucos minutos saia da frigideira (de ferro, preta, grossa) um misto delicioso de soufflè com tortilla e omelete.

Muito cedo ela me ensinou coisas importantissimas para minha sobrevivência. Me ensinou a ler e escrever quando eu tinha quatro anos. Me levou pela mão até o Conservatório de Música, quanto tinha 8 anos. Me ensinou a cozinhar no dia em que parei de mamar. Me ensinou que na cozinha não tem necessariamente que "saber fazer". Tem regras muito simples sobre o cozimento dos alimentos e o resto é experimentação. Por isso até hoje me surpreendo com pessoas que dizem "não sei cozinhar". Não consigo entender. Acho falta de imaginação.

Claro, existem pratos específicos que requerem um método. Tem coisas que a gente tem que saber fazer para poder fazer. Mas o trivial, o básico para se comer bem, é muito simples.

Qualquer legume, por exemplo, levemente refogado e cozido em seu próprio vapor, fica delicioso. Qualquer coisa. Uma batata, uma beringela, uma cebola.

Desde que haja azeite de oliva, lógico. Não sei se a vida vale a pena sem ele.

É o caso do ratatouille, uma receita que apesar do nome pomposo, é muito simples e rústica.

Eu faço assim (aprendi com a Neca): cebola, beringela, abobrinha, tomate e cogumelo. Cubos do tamanho que você quiser. Óleo (pouco) numa panela boa, deixa esquentar. Vai acrescentando os legumes aos poucos. Quando estiver todo mundo na panela, sal. Tampa. Fogo baixo. Se a panela for boa dá até pra tomar banho enquanto fica pronto. Fica pronto quando você quiser. Firme é bom, desmanchado também. Pode comer de colher numa cumbuca ou usar de guarnição pra outros pratos.

4 comentários:

Mariá disse...

eba, blog da miss kitchen!
dilícia o ratatouille com lascas de infância.
ei, adorei seu comentário na cama elástica, obrigada!
frequentemo-nos!

Som na veia disse...

aprendi a cozinhar desse modo... observando a minha mãe na cozinha... hj sou eu quem cozinha em casa, sempre preparo alguma coisa que ela preparava pra mim(quando morava com ela), tipo omelete de queijo com uma fatia de pão caseiro... muito bom!

Natalia Mallo disse...

adoro omelete!
vou te contar o segredo da Claudia: uma colher de sopa de aveia na mistura. a aveia faz o omelete crescer e ficar aerado, alem de mais nutritivo...

Anônimo disse...

NOssa nao sabia desse truque, vivendo e aprendendo. Valeu!