sábado, 12 de abril de 2008

Recomendo


Chazinho bom!



Olhando para o meu café da manhã de hoje, gostaria de recomendar coisas boas que fazem com que o ser humano comece o dia muito bem:

- Lima da pérsia (suco ou fruta), geladinha, beber antes de que fique amarga. É um dos melhores diuréticos naturais que existem! Super refrescante. Além disso, ela limpa o sistema linfático e desintoxica o fígado! (alguns frequentadores deste blog devem estar precisando)

- Pão de centeio H&B (encontra no Santa Luzia). É 100% centeio, mas não é pesado. São fatias bem fininhas, retangulares, que ficam uma delicia torradas e com cobertura de sua preferência. Ótimas também para servir como entrada com um antepasto ou fois gras, ou um brie com geléia, ou...

- Queijo branco/minas Vernizzi. Que na verdade seria um queijo quartirolo. Só que o quartirolo que lembro ter comido na Argentina é diferente. Seja como for, este mineiro, na minha opinião, é o rei dos queijos brancos. Suave, delicado, textura perfeita, sal na medida. Uma delicia. Dá vontade de comer sozinho.

- Chá de menta Bigelow. É um chá muito gostoso. Um saquinho dá para umas 3 ou 4 xícaras. Sério! Rende muito, o que ameniza o preço (uns R$15 a caixinha de 20 saquinhos). Aromático, levemente estimulante, refrescante. Sozinho ou com mel de laranjeira.

Nesta manhã, é isso.

E você, o que recomenda?

Bom dia!

terça-feira, 8 de abril de 2008

Pudim



Eu gosto quando tem furinhos. Não gosto quando a consistência é pesada e pastosa. Na padaria não costumam ser bons. Nos restaurantes de interior, sim. No Biu, um restaurante muito simples em Pinheiros, bem troglodita, que serve um ótimo baião de dois, é ótimo. No Pitanga, na Vila Madalena, também é bom. Gosto dos que servem em Buenos Aires em qualquer bodega, grandes, meio queimados, cheios de furos e muito caramelo. Mas tem que pedir sem doce de leite, porque ai também já é demais. Um pudim daquele tamanho, com cobertura, é uma obscenidade. Nada contra, mas pra mim é muito. É pudim de leite ou pudim de ovos? Acho que os furos vem da leveza dos ovos. Minha mãe não fazia com leite condensado, só leite, ovos, açucar, essência de baunilha... Que mais? Tenho uma amiga que carrega uma receita familiar infalível, mas nunca provei. Lembro de ir na venda comprar essência de baunilha, fiado. Às vezes eu punha no meu leite quente, em noites frias. Não sou uma fã de leite condensado. Nunca bebi da lata. Mas gosto muito de mousse de chocolate, marrons em calda e tiramissu. Gosto de doces não tão doces. Doces árabes. Mas, qual a diferença entre pudim e flã? Ou devo escrever "flan"? Por que me pego pensando em pudim quando não posso comer nada com açucar e, na verdade, nem quero?

quarta-feira, 2 de abril de 2008

O corpo fala

Lembro a comida que minha mãe fazia quando eu estava doente: "purê mameiro" -assim ela chamava o prato. Era um vulcão feito do purê rústico de vários legumes (batata, cenoura, batata doce e abóbora) e na cratéra uma colherada de manteiga que ia derretendo e se misturando. Finalizava com um pouco de sal e pimenta do reino. Eu simplesmente amava comer isso. Ficar doente até que não era tão ruim.

A perda do apetite é um dos sinais de que a pessoa não esta nada bem. Por sorte, a doença que me atacou (um virus paulistano?), passada a crise, não prejudicou minha vontade de comer. Mas me fez querer comer comida "confortável", fácil de digerir e de tempero suave. É como se o corpo falasse para ir com calma, pois ele está ocupado demais em se curar. O corpo fala, o desafio é saber ouvir. Como ouvi um médico dizer hoje, não existe a dieta certa, os alimentos proibidos, o segredo universal da boa forma. Cada corpo sabe do que precisa e o que é capaz de metabolizar. O problema é que nós humanos andamos um pouco dissociados. E mais: existe o clima, a cultura, as referências familiares, o gosto pessoal. E mais ainda: a cada dia a vontade pode mudar. A minha faz isso.

Por exemplo. Muitas vezes meu corpo me pede salada, folhas, coisas cruas e frescas. Não só no calor, até porque tenho mais sede no inverno do que no verão. Mas normalmente é no jantar. Nesses casos invento saladas "incrementadas", coloco frutas, grãos, frios, queijo, etc. Outro dia fiz uma saladinha bem esperta, com folhas verdes e pêra, temperada com azeite e aceto balsâmico.



Saladinha esperta.



Nada demais essa salada. Muito simples, mas muito boa. Numa outra noite, do nada, tive vontade de comer lula. Meu fruto do mar preferido. Bom, depois que soube que o virus que me habita pode não ser aéreo-paulistano mas marítimo e ter chegado ao meu ouvido interno através de uma lula ao vinho, comecei a torcer o nariz. Mas até semana passada era o meu fruto do mar preferido, e talvez um dia volte a ser. O problema é que tem que ser fresca e tem que ser da pequena, se não fica borrachenta. Fiz essa lula no wok, com alho, salsinha e vinho branco. Finalizei com um pouquinho de pimenta calabresa e outro pouquinho de pimenta preta moida na hora. Um fio de azeite extra-virgem. Foi só um susto no wok bem quente, na tentativa de deixá-la macia. Nada feito. O tempero ficou uma delicia, mas a lula, borrachentíssima. Macrobióticos poderiam achar bom isso de ter que mastigar 138 vezes, mas eles não comeriam lula, então, nada feito. Mas o que podia eu esperar de uma lula grande, congelada e comprada numa padaria?



Bonitinha mas ordinária.


Agora quero dar um tempo de lula. É que não estamos na época e ainda me recupero do virus. Mas quero falar também de momentos em que a troglodita que mora em mim vem à tona e tenho vontade de comer coisas digamos mais luxuriosas. Carnes mal passadas, churrasco, linguiça no pão, esse tipo de coisa. Graças a Deus não gosto de fritura. Mas tem um prato que me encanta. Às vezes me pego pensando nele. É a paleta de leitão do restaurante La Frontera, em Higienópolis. Fui três vezes no restaurante e não consigo pedir outra coisa. Sabe esse efeito, em que o resto do cardápio parece um risco que não vale a pena correr? Esse leitão é assado durante 4 horas e tem aquela casquinha crocante, a carne derretendo suculenta flutuando na redução do molho gerado pelo assado, um caldo escuro muito saboroso que lembra varios legumes e estimula aquele setor lateral na boca. Acompanha um purê de batata bem simples com farofa crocante de pão, que faz crunch quando a gente mastiga. O purê vai se embebedando do molho. Em resumo, o sabor do prato é sublime. Altamente recomendado. A amiga que comeu comigo da última vez entrou em dieta no dia seguinte. Eu não.




Leitão dos Deuses: La Frontera.


Não é por acaso que esse restaurante, bonito, de decoração simples, agradável e com ótimo atendimento seja dos mesmos donos do Martin Fierro, o melhor restaurante argentino de São Paulo. Acho que tem gente que simplesmente sabe o que faz. E eles fazem muito bem. Não percam esse prato, mas se alguem não gostar desse tipo de carne, tem outros pratos além do leitão que eu conheço de garfada. Tudo muito bom. Ah! De sobremesa, a torta de chocolate belga com um chá de hortelã. O vinho em taça que eles oferecerem será bom, sempre argentino.

Hoje um prato como este seria impossível para mim, não tenho estrutura para digerí-lo. É bom reconhecer isso, e comer simplesmente o que meu corpo precisa agora: um linguado grelhado com salada de agrião. Fácil de digerir, tempero suave.