quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Recicla

Eu não gosto muito de repetir refeições, só aquelas que faço propositalmente para comer durante vários dias (sopa, puchero, cozido). Por causa dessa minha tendência ao tédio, acabo considerando o acerto na quantidade tão importante quanto a qualidade do prato. Sem neura, mas fico muito feliz em fazer a medida justa. Esta medida significa pra mim um pouco a mais do que o recomendado pela medicina (ocidental e oriental), ou seja, ficar todo mundo bem satisfeito e recorrer a sacrifícios (quase sempre masculinos) para dar conta daquele "a mais".

Por esse motivo, quando algo sobra, recorro também à reciclagem. Por exemplo. Aquele feijão azuki cozido, feito para comer com arroz dentro de um prato de almoço, no dia seguinte se transforma em salada. Como? Passo os grãozinhos no escorredor de macarrão e lavo com bastante água, para tirar o caldinho. Deixo escorrer até ficar sequinho e vou misturando com ingredientes que lembram um tabule, no qual o azuki faz as vezes do trigo. Salsinha, pepino, cebola, tomate, tudo cortado bem pequeno e temperado com limão, azeite e sal. Ou então a sobra de um salmão assado, pode ser comida fria, levemente amassadinho, temperado com limão, shoyu e gengibre, como se fosse um otoshi (aquelas entradinhas japonesas).

Neste caso, a sobra de massa folhada de uma deliciosa torta de alho porró se transformou em mini (ou devo dizer micro) mini croissant de queijo, nas opções emmenthal, cabra holandês ou parmesão argentino.



Ficou muito bom e da próxima vez vou fazer com pedacinhos de chocolate meio-amargo.