tag:blogger.com,1999:blog-3909487237319965832024-02-19T02:03:55.759-08:00miss kitchenalive and cookingNatalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.comBlogger99125tag:blogger.com,1999:blog-390948723731996583.post-78549835778485988082014-07-23T07:24:00.001-07:002014-07-23T07:24:38.751-07:00To meat or not to eat<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-_4Q5CYPoZVI/U8_FmLjSlfI/AAAAAAAADtk/PaoaML0BN8Y/s1600/meat.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-_4Q5CYPoZVI/U8_FmLjSlfI/AAAAAAAADtk/PaoaML0BN8Y/s1600/meat.jpeg" /></a></div>
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Salami is meat<br />
Procciuto is not meat<br />
Meat empanada is not meat<br />
Bife de chorizo is meat<br />
Tuscan Sausage is not meat<br />
Hamburger is meat<br />
Ribs are not meat, a shoulder is meat<br />
<br />Natalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-390948723731996583.post-86463283077095011652013-11-24T16:54:00.002-08:002013-11-24T16:57:15.173-08:00Premio Paladar<br />
sossegue coração <br />
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ainda não é agora <br />
a confusão prossegue <br />
sonhos a fora <br />
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calma calma <br />
logo mais a gente goza <br />
perto do osso <br />
a carne é mais gostosa <br />
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(Paulo Leminski)<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzCPuIzRsPttih1mMelVj3E81dQBNy2n8RgTMkGVCqdoB_-Ly4-dVeC1wIOknbyROJYSTrmb2tJBntAYF39540xI4Ka8Zf998490IZi7yo4vW3iXB5U7KjhEMcbTkxPyIw5R8MfYF2l0Lo/s1600/tira.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzCPuIzRsPttih1mMelVj3E81dQBNy2n8RgTMkGVCqdoB_-Ly4-dVeC1wIOknbyROJYSTrmb2tJBntAYF39540xI4Ka8Zf998490IZi7yo4vW3iXB5U7KjhEMcbTkxPyIw5R8MfYF2l0Lo/s1600/tira.jpg" /></a></div>
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O assado de tira é assim, carne-osso-carne-osso, tem um sabor acentuado, que atiça o paladar com uma luxuriosa gordura entremeada. Gostoso, pecaminoso. E como todo Eros tem seu Thanatos, pesado, eventualmente enjoativo. Paraiso dos cães, a equação parece ser: largura do corte, tempo de grelha, quantidade de sal. <br />
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Na Blitz do Churrasco de que participei, para avaliar este corte dentro do Premio Paladar 2013, ficou claro que essa conta nem sempre fecha.<br />
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<a href="http://4.bp.blogspot.com/-1pr2eI3sTHc/UpKc3EeQzNI/AAAAAAAADcw/29eagqvtEzw/s1600/colectivo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-1pr2eI3sTHc/UpKc3EeQzNI/AAAAAAAADcw/29eagqvtEzw/s1600/colectivo.jpg" /></a></div>
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Adendo. A primeira vez que peguei ônibus sozinha, aos 9 anos, foi pra ir no açougue. Na lista, assado de tira, que o açougueiro serrou na minha frente, na largura solicitada. O som da serra, a precisão da tira, a galocha branca, coisas que me faziam querer ser açougueira (também gostava da precisão do corte do bifinho, todas as fatias exatamente iguais, com aquela faca de cabo branco de gume fino e gasto). Bom, até ai, também quis ser cabeleireira, para poder mexer num cabelo de homem que não fosse o do meu irmão (que me cobrava uma taxa), cantora lírica (que só cantaria Carmen de Bizet), e astronauta (depois mudei para astrônoma, para não precisar ir pro espaço e poder casar com Carl Sagan).<br />
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<a href="http://3.bp.blogspot.com/-7z5x45HId6A/UpKdJFukmfI/AAAAAAAADc4/OQ0foqIT3d4/s1600/astronauta.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-7z5x45HId6A/UpKdJFukmfI/AAAAAAAADc4/OQ0foqIT3d4/s1600/astronauta.jpg" /></a></div>
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Voltando à tira: um ser humano não pode se alimentar exclusivamente disso, como percebi depois de sete restaurantes. Acontece que overdose de tira produz: ligeira tristeza, boca franzida, olhos baços, sonolência, descrença no amanhã e fortes tendências vegetarianas. <br />
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Mas o experimento é válido. Segue a minha avaliação das tiras paulistanas que provei. <br />
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Bassi <br />
Excelente. Um grande diferencial: foi o único lugar que serviu o corte mais largo, portanto mais suculento. Muito bem feito, ponto perfeito, sal na medida e um chiminchurri parceiro que quase inverteu os fatores e transformou a tira em mero suporte.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIDY456hgZx-GIc2YJs3uCqcfe4JIs4V6sEt-bKUlWfqGd7IajcDW2HTjTpcy6vNAtymiuaq4PhxWmKtDNTwpgvkWUa7XCSsr5P0cW6p0sjJUXFLeExWnhITnpKLvfPTRT5l41Bpey6lu9/s1600/chiminchurri.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="299" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIDY456hgZx-GIc2YJs3uCqcfe4JIs4V6sEt-bKUlWfqGd7IajcDW2HTjTpcy6vNAtymiuaq4PhxWmKtDNTwpgvkWUa7XCSsr5P0cW6p0sjJUXFLeExWnhITnpKLvfPTRT5l41Bpey6lu9/s320/chiminchurri.jpg" width="320" /></a></div>
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Martin Fierro <br />
Este restaurante é um clássico, e sou um tipo de freguesa sentimental que passa a defendê-lo como se fosse seu. Assumo que meu juízo de valor esbarra numa espécie de nepotismo patrício. E a tira nem é minha conterrânea! É uruguaia, e bem fina. O ponto estava muito bom, e o sal idem. A tristeza foi prová-la na quarta degustação do dia, a alegria é saber que já a provei em muitas ocasiões. Sempre aprovada. <br />
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Varanda Grill <br />
Boa, fina, talvez um pouco gordurosa demais? Ficou essa dúvida, mas de modo geral agradou. O ambiente é que não ajudou. Nenhuma janela, iluminação estranha, luz baixa alaranjada. Talvez eu esteja precisando de óculos.<br />
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Pobre Juan <br />
Não há de ser o forte da casa, apesar do nome argentino. A tira passou do ponto, ou "perdeu a freada" como disse o Leo Coutinho, e tinha muita gordura. Ambiente agradável que vale pelas batatas infladas e churros com doce de leite. No banheiro, um cheiro agradável de eucalipto que me lembrou sauna e casa de praia. <br />
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Rodeio <br />
Aqui onde deveríamos comer picanha com farofa, vinagrete e arroz biro biro, comemos tira fora de hora, com o restaurante já quase fechado. No good. Seca, salgada, sem graça. Salva pela batata do acompanhamento e pelo garçom que descreveu seu preparo. Um erro engraçado (trocar creme de leite por leite condensado numa descrição de molho para batata), uma auto-correção, uma risada geral e saimos sorrindo.<br />
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Ruibayat <br />
Neste lugar jantei uma noite há muito tempo com o dono de uma gravadora do tipo das que apareceram na década de 90 como alternativa ao mainstream. Essas que não se sustentaram por usar um modelo de negócios falido para tentar criar novos mercados. Isso me fez pensar, na época, que poderia ser o tipo de lugar onde alguém te leva para se exibir. Mas este personagem, depois de assistir um show, pagou um jantar para minha banda (meninos falidos e famintos), pediu champagne e brindou ao meu sucesso. Lembro que comi uma picanha muito boa naquela noite. Poucos dias depois encontro este homem em outro lugar e ele finge que não me conhece. Decepções dos meus vinte anos, que logo o tempo transformou em experiência. E decepção foi também a tira do Ruibayat, a mais cara de todas, que não vale quanto pesa. Seca e salgada demais. <br />
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North Grill <br />
Muito sal, visível a olho nú, não agradou. E ainda tinha uma goteira que pingava no meu pratinho do couvert (sabiamente dispensado). Dei uma espiada na grelha e acho que vi o churrasqueiro jogando algum líquido na carne… já torci o nariz, muito suspeito. Já soube de lugares onde se pincela a carne com óleo. Espero que não seja o caso. Nem comentei a artimanha pros meus parceiros, por não ter certeza e para não afetar seu juízo.<br />
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Conclusão, tira não é pra ser muita, nem todo dia, e nem sempre fica boa. Não é uma matéria prima que facilite um resultado regular, estável. E é o tipo de pecado que deve ser homeopático, diluido em um cardápio com outras opções mais magras. Mesmo assim, costumava ser uma das minhas carnes favoritas, como pode? Hoje estou mais para cogumelo portobelo.<br />
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<a href="http://3.bp.blogspot.com/-Sqe5-h-Cz7w/UpKfF_Aw6YI/AAAAAAAADdM/IN_hCJFf0iM/s1600/cogumelo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-Sqe5-h-Cz7w/UpKfF_Aw6YI/AAAAAAAADdM/IN_hCJFf0iM/s1600/cogumelo.jpg" /></a></div>
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<a href="http://www.estadao.com.br/revistapaladar/">Saiba mais sobre a Blitz do Churrasco e o Premio Paladar 2013</a><br />
<br />Natalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-390948723731996583.post-27729759792609921122013-11-04T13:51:00.004-08:002013-11-04T13:51:44.919-08:00Foi a saudade que me trouxe pelo braço<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmmGJThvDR8lj8g1HyJ6CH4g-ImSplMcnNLnzONQNswgA7emTWaSajwIFTy-8tmtWcYaUYzi2nrNfeDQDSAfjlR7vDe2a_K1nI_XH4bl5FmVuj7kgbIhmXjreJr_s88nLTf762T-oUfUq7/s1600/recife3.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmmGJThvDR8lj8g1HyJ6CH4g-ImSplMcnNLnzONQNswgA7emTWaSajwIFTy-8tmtWcYaUYzi2nrNfeDQDSAfjlR7vDe2a_K1nI_XH4bl5FmVuj7kgbIhmXjreJr_s88nLTf762T-oUfUq7/s1600/recife3.jpeg" /></a></div>
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Recife é um lugar onde me sinto bem. Parece que tem uma coisa humana, um jeito, não sei, uma boa vontade. Pela terceira vez, sempre a trabalho, me deparei com gente tranquila, cuidadosa, carinhosa, bem disposta. É muito subjetivo, não sei de estatísticas humanas, mas sempre vou embora com vontade de ficar mais um pouquinho, mais pelas pessoas do que por qualquer atrativo turístico, se bem que a praia de Carneiros é uma das praias mais lindas que pisei (mas ai não é Recife).<br />
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Desta vez, perguntamos a um amigo local onde seria bom comer. Ele, sem duvidar, disse: Ah, naquele lugar que fica numa favela desfavelizada onde uma moça faz o melhor arroz de polvo do mundo. Me interessei imediatamente. No dia seguinte embarcamos num taxi, e de google maps na mão saímos à caça do Bar do Cabo.<br />
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Logo ali, do lado de Boa Viagem e do Pina, por detrás de estranhíssimos prédios futuristas lembrando o World Trade Center, aparece a tal favela desfavelizada, Brasilia Teimosa. Na verdade uma área de construções em palafitas que foi aterrada e reurbanizada dando origem a este bairro cujo nome já diz tudo. O taxista era uma pessoa muito simpática mas muito difícil. Ele simplesmente não ouvia. Eu dizia vire aqui, ele seguia reto. Uma hora parou no Kioske do Cabo (fechado, com um coqueiro triste e desbotado na fachada, um bêbado dormindo na porta e uma poça de esgoto) e quase nos mandou descer. Expliquei que não era ali e nos embrenhamos nas ruazinhas estreitas e caóticas do miolo do bairro. Dé péssimo humor, quando viu onde tinha se metido (ruas sem saída, outras onde era impossível avançar, com caminhões obstruindo a passagem) quase arrumou uma briga com caminhoneiro e nos convidou a descer onde, segundo o google traiçoeiro, estava a rua do restaurante.<br />
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<a href="http://4.bp.blogspot.com/-CsfVyqQwC-c/UngUypapWOI/AAAAAAAADbc/-rn8lUqmiuk/s1600/recife4.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-CsfVyqQwC-c/UngUypapWOI/AAAAAAAADbc/-rn8lUqmiuk/s1600/recife4.jpeg" /></a></div>
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Eu não conseguia entender onde era o restaurante, uns mandavam ir pra lá, outros pra cá. E nossa inadequação era tamanha, forasteiras de oculinhos descolados e mochila com lap top, deslocadas. Nos achei tão patéticas, por um momento. Mas ninguém fez menção da nossa presença e andamos, passando por casas de porta aberta, gente dormindo no meio da rua, um cachorro mutante sem pelo no corpo, crianças peladas e pilhas de lixo até chegar de novo na beira do mar, com direito a pescadores e carros em alta velocidade. Alí encontramos Iris e tudo mudou.<br />
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Iris, na verdade Irismaia, é uma senhora baixinha e bonita que nos levou pelo braço até o bar, cumprimentando todos no caminho, dizendo "já volto aqui", "oi dona maria" e cantando sem parar uma música sobre descansar numa rede, com uma afinação invejável. De repente um destino sombrio se desfez e a Brasilia Teimosa nos apareceu colorida, viva, convidativa. Tudo continuava alí, o lixo, o esgoto, a falta, mas Iris nos oferecia generosamente outro viés, como que tornando evidente a precariedade dos nossos corações.<br />
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O famoso Bar do Cabo, um botequinho muito simples, três mesas ocupadas. Pedimos o clássico da casa e uma cerveja. O garçom simpático de sorriso amplo nos trouxe copos de caldo de peixe de entrada (e de brinde).<br />
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<a href="http://2.bp.blogspot.com/-oBSQtoEul-4/UnfZDAOLSaI/AAAAAAAADa8/OFNDB_Y2dH4/s1600/recife2.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-oBSQtoEul-4/UnfZDAOLSaI/AAAAAAAADa8/OFNDB_Y2dH4/s1600/recife2.JPG" /></a></div>
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A aparência era sim um pouco estranha. Um fundo de carne de peixe desfiada que confundi com siri, um líquido alaranjado e meio centímetro de óleo. Mas o sabor! Com limão espremido e uma gota de pimenta, um verdadeiro levanta defunto, riquíssimo. Depois de uma noite muito mal dormida, com calor-frio, mosquitos e saudades, senti que finalmente tinha acordado para o mundo dos vivos. Acompanhado de uma cerveja muito gelada e uma dose (também de brinde) de cachaça licorosa de tão gelada, com uma fatia de limão ao lado.<br />
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E então veio a estrela, o arroz de polvo. A caminho do banheiro (precário, ao lado da cozinha, sem luz nem descarga), passei pela cozinheira Natalia, outra criatura feita a base de amor, e vi como acrescentava o arroz ao refogado (cebola, cenoura, batata, coentro, tudo cortado bem pequeno), seguido de leite de côco.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhleY4QHeLtXin7LCZt8Gzpf4nV1pXqdU8oaod_MD6a5N0RjbH9fg577hzr-5_7EPbcrf8t_8sFzeJjOdZgg1E98xnDjNKQ7H6mPiqLISrVV2IW8pAhiHjJM2u9fkZlvr3jcuGplL8cXFp3/s1600/recife1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhleY4QHeLtXin7LCZt8Gzpf4nV1pXqdU8oaod_MD6a5N0RjbH9fg577hzr-5_7EPbcrf8t_8sFzeJjOdZgg1E98xnDjNKQ7H6mPiqLISrVV2IW8pAhiHjJM2u9fkZlvr3jcuGplL8cXFp3/s1600/recife1.JPG" /></a></div>
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Delicioso, cremoso, apimentado na medida, sal na medida, suave. O polvo macio, desmanchava na boca. Entendi quando o outro freguês me disse "agora você chegou em Recife, aqui o peixe vem direto do mar, não passa na mão de mais ninguém". Realmente nunca comi um polvo tão fresco e macio.<br />
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Endereço indispensável pra quem gosta de comer, de ser bem tratado, exemplo de como a excelência na cozinha nada tem a ver com o luxo, o estilo ou a decoração, tem a ver com gostar, com amar. Bar do Cabo, Brasilia Teimosa, encontre se puder!<br />
<br />Natalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-390948723731996583.post-9961649137648444882013-09-17T16:07:00.001-07:002013-09-17T16:07:30.197-07:00Verão na Itália<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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Cada vez que viajo, sobretudo para destinos gastronômicos, suspiro em doce (ou melhor, salgada) antecipação imaginando aquilo que vou comer. Foi nesse espírito que partimos rumo à Itália, com essa vontade de provar tudo, mesmo esse tudo que já é tão conhecido e incorporado ao nosso dia a dia. E é só olhar o mapa. Todas as cidades tem nome de algo comestível: Parma, Bréscia, Gorgonzola. O GPS mais parecia um cardápio. Voando via Milão, chegamos pelo norte e partimos imediatamente rumo aos lindos lagos que fazem fronteira com os alpes e a Suíça. Varese, Lago Maggiore, Luino. Na região, belíssima com seu cheiro de pinheiro, seu ar puro e águas claras tive meus primeiros contatos com a comida, mas nenhum marcante. Comecei com uma refeição de frutos do mar grelhados, medíocre, servida fria com batatas requentadas e pão seco. Pensei: estou no lugar errado. Um restaurante-lounge-balada onde só se via gente tomando cerveja. Mas o cansaço era grande como o gramado, excelente pra uma criança correr enquanto o olhar embaçado de jet lag dos pais se perdia no céu claro das nove da noite, a alma tardando em chegar.</div>
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<a href="http://2.bp.blogspot.com/-geUrzEctPSc/UjiKBYlQbEI/AAAAAAAADU0/CnjlemFHqeE/s1600/IMG_2571.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-geUrzEctPSc/UjiKBYlQbEI/AAAAAAAADU0/CnjlemFHqeE/s320/IMG_2571.JPG" width="239" /></a></div>
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Capellini ao funghi porcini</div>
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Talvez a viagem só tenha começado mesmo naquela cidade em que paramos a caminho da Toscana, três dias depois. Onde parar, onde comer. Minha intuição e o acaso (serão a mesma coisa?) nos levaram até um restaurante familiar elegante em Berceto. Foi lá onde senti a integridade de um prato, bem servido, com mesas cheias de locais. Uma inesquecível massa caseira com o funghi porcini da região. Funghi que seria consumido à exaustão nos dias seguintes. Mas na hora, "Ah...", pensei, "agora sim". E logo chegamos em Lucca, cidade quente, que comparada aos lagos nos trouxe uma indesejável lembrança (salvas as devidas proporções) de São Paulo, com seu barulho e asfalto incandescente. Apesar do charme do centro murado, sua comida ok (servida rápido demais, sabor requentê) e seu lindo carrossel que parecia sonhado ou de filme, ficou claro que nosso lugar era um ambiente mais rural e fugimos sem pensar duas vezes da casa que alugamos pelo AirBnB, deixando para trás seus smurfes medonhos de borracha e o cheiro claustrofóbico de vela aromática.<br />
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<a href="http://2.bp.blogspot.com/-H-ibEjLiDeE/UjiKEevdSCI/AAAAAAAADVI/0BqC24Flbvg/s1600/IMG_2593.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-H-ibEjLiDeE/UjiKEevdSCI/AAAAAAAADVI/0BqC24Flbvg/s320/IMG_2593.JPG" width="239" /></a></div>
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Grelhados mistos</div>
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Chegando em Bagni di Lucca, o alívio. Ar fresco, parquinho, crianças soltas, centrinho charmoso, deliciosa piscina municipal com vista pros vinhedos, e sem necessidade de exame médico (afinal para que serve o exame médico mesmo?) e um almoço tardio no restaurante mais turistão, daqueles com cardápio em 7 línguas e English Spoken escrito na porta. Mas o nhoque ao pesto, tão bom, confirmou: não importa se é para turista, quando é bom, é bom. E então pedi os grelhados mistos, só porque queria conhecer uma linguiça toscana que não fosse Sadia. O frango, ressecado, dispensável. O cordeiro, igual a todos os cordeiros. Mas a linguiça! Você percebe os pedaços de carne dentro dela, e não aquela massaroca indecifrável e cheia de gordura. Muito pouco sal, levemente apimentada. A Sadia não sabe o que é uma linguiça toscana. Agora eu sei.<br />
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<a href="http://1.bp.blogspot.com/-b--6eBmG6zs/UjiKLcICLtI/AAAAAAAADVg/C9JJfKDhwz4/s1600/IMG_2623.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://1.bp.blogspot.com/-b--6eBmG6zs/UjiKLcICLtI/AAAAAAAADVg/C9JJfKDhwz4/s320/IMG_2623.JPG" width="239" /></a></div>
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Porco trufado em massa folhada</div>
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Então teve o dia em que realmente vibramos de emoção gastronômica, numa tarde em Cutigliano, cidade minúscula que da acesso a uma estação de ski por um funicular impressionante que sobe até 2000 metros em 10 minutos. Lá em cima, um frio invernal parecendo Bariloche em junho, me fez odiar meu vestidinho e fugir para um café, onde tomei um chocolate quente, amargo e tão cremoso que nem descia pela garganta. De volta à cidade, o verão voltou e fomos comer no restaurante que eu já vinha namorando desde a estrada "Fagiolini". Lotadasso de italianos famintos, cheiro bom no ar e o prato da foto acima. Emocionante de bom. O sabor da trufa, o crocante da massa folhada, a maciez da carne, irretocável. Há quem diga que as trufas cheiram como a boca de alguém que não escova os dentes há muito tempo. Concordo que pode ser muito forte, não pra todo dia, mas na medida certa é bom, é tão bom. Logo comprei um azeite trufado e um vidrinho de trufas negras, que oportunamente encontrarão seu destino.<br />
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<a href="http://3.bp.blogspot.com/-zl9NuodJPxg/UjiKOe9G0lI/AAAAAAAADVs/Dl0hZJoyc_E/s1600/IMG_2630.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-zl9NuodJPxg/UjiKOe9G0lI/AAAAAAAADVs/Dl0hZJoyc_E/s320/IMG_2630.JPG" width="239" /></a></div>
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"Entradinha" da casa</div>
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Numa manhã quente, veio a idéia: e se fossemos à praia? A uma hora e pouco temos o mar Tirreno, vamos? Programa de índio (com perdão dos índios que não tem nada a ver com essa infeliz expressão). Chegamos em Livorno, uma mistura de Mar del Plata com Guarujá, decadente, urbanizada demais, quente, muito quente. Onde comer? Ali? Não, aqui já fechou. Tá, então ali. E fomos parar num maravilhoso boteco de frutos do mar, lotado, onde sentamos numa mesa apertada ao lado de um casal de bronzeados noruegueses recém saídos do navio. A entradinha da casa era esse prato enorme de saladas com camarão, lulas, vieiras, lagostins. Uma delícia. E quando já não tínhamos nenhuma fome, um enorme atum grelhado com limão siciliano, tudo regado a vinho branco bem gelado. E de lá, pesados, pra uma praia escondida, de difícil acesso, com pequenas pedras que fizeram do-in à força nos meus pés, mar muito bravo, de arrebentação intransponível. Por que não fiquei na Toscana?<br />
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<a href="http://4.bp.blogspot.com/-e1PdXS_7npA/UjiKXZ7lhQI/AAAAAAAADWI/smFhgceofnA/s1600/IMG_2648.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://4.bp.blogspot.com/-e1PdXS_7npA/UjiKXZ7lhQI/AAAAAAAADWI/smFhgceofnA/s320/IMG_2648.JPG" width="239" /></a></div>
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Pizza!</div>
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E antes de partir pra Espanha, uma breve escala em Bérgamo. O que seria apenas uma cidade-escala, para pegar o avião para Barcelona, se tornou uma surpresa agradabilíssima. A cidade alta é imperdível, com suas ruelas, a igreja de Santo Alessandro, a praça, os mirantes, os parques. Na ruazinha principal, empórios gourmet onde da vontade de comprar tudo. Padarias, docerias, pizzarias (como a da foto). Jantamos no restaurante do antigo teatro, uma polenta cremosa, batida com queijo, e uma carne de vitela cozida no vinho tinto. E a sobremesa...</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgF04oUmag0r3q-03dztP5ZN8mmAKTRB_rEnmsMmd1RvkXSvs7WkViRpMub-HP31dTje9cRZpBv7YX0bFSLRXrWwOQYZMnojxptdB5pLBneuuCL_g1S7sCkAGXCUemHrGAtdIX6el7HkwFw/s1600/IMG_2649.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgF04oUmag0r3q-03dztP5ZN8mmAKTRB_rEnmsMmd1RvkXSvs7WkViRpMub-HP31dTje9cRZpBv7YX0bFSLRXrWwOQYZMnojxptdB5pLBneuuCL_g1S7sCkAGXCUemHrGAtdIX6el7HkwFw/s320/IMG_2649.JPG" width="239" /></a></div>
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MK, setembro de 2013.</div>
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Natalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-390948723731996583.post-84958505646484768532012-11-17T12:36:00.001-08:002012-11-17T12:38:28.793-08:00O pão nosso de cada diaVou ao Le Pain Quotidien da Vila Madalena. Lembro quando comi um pão de centeio bem fininho com<br />
brie e mel da Alsácia numa loja da rede na Mouffetard em Paris. Depois lembro do ar de franquia decadente que percebi na mesma loja, anos depois. Anos depois ainda, na Bélgica, passeava por Bruxelas com amigos (com vovó, criança e muitas mochilas) quando, ao passar na porta de uma loja da rede, uma menina disse para a mãe: Olha, mamãe, os ciganos, os ciganos!<br />
E por último, um café da manhã na filial de Chueca, em Madrid, a caminho do aeroporto voltando pra casa.<br />
Aqui na filial brasileira, um ambiente agradável, um pouco barulhento, produtos bons, atendimento regular, ainda se acertando.<br />
Percebi que o croissant tem várias receitas. A daqui é aquele fofo aerado, muito fino e bem gorduroso. Prefiro aquela outra receita, com mais massa, mais comúm. E dentro do formato, ainda considero imbatíveis as media lunas portenhas.<br />
Hoje, um lanche meio janta de final de tarde, com a minha filha capotada no carrinho e um tempinho para mim.<br />
Dedico à cerveja belga Hoegaarden, de trigo, levemente amarga, opaca como aqueles azeites de oliva sem filtrar. Tostado de presunto e emental com trio de mostardas na baguete. Muito crocante, delicioso. Boas pedidas.<br />
E um livro, onde a palavra Brussels apareceu por coincidencia (se referindo às couves e não à cidade onde fomos os ciganos).<div class="separator"style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh3.googleusercontent.com/-gdzQf_fbeVk/UKf1wBGbCpI/AAAAAAAADKM/QZHmIfbuq4A/s640/blogger-image--217734961.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://lh3.googleusercontent.com/-gdzQf_fbeVk/UKf1wBGbCpI/AAAAAAAADKM/QZHmIfbuq4A/s640/blogger-image--217734961.jpg" /></a></div>Natalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-390948723731996583.post-90704218407057715912011-08-17T08:52:00.000-07:002011-08-17T08:52:16.950-07:00ReciclaEu não gosto muito de repetir refeições, só aquelas que faço propositalmente para comer durante vários dias (sopa, puchero, cozido). Por causa dessa minha tendência ao tédio, acabo considerando o acerto na quantidade tão importante quanto a qualidade do prato. Sem neura, mas fico muito feliz em fazer a medida justa. Esta medida significa pra mim um pouco a mais do que o recomendado pela medicina (ocidental e oriental), ou seja, ficar todo mundo bem satisfeito e recorrer a sacrifícios (quase sempre masculinos) para dar conta daquele "a mais".<br />
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Por esse motivo, quando algo sobra, recorro também à reciclagem. Por exemplo. Aquele feijão azuki cozido, feito para comer com arroz dentro de um prato de almoço, no dia seguinte se transforma em salada. Como? Passo os grãozinhos no escorredor de macarrão e lavo com bastante água, para tirar o caldinho. Deixo escorrer até ficar sequinho e vou misturando com ingredientes que lembram um tabule, no qual o azuki faz as vezes do trigo. Salsinha, pepino, cebola, tomate, tudo cortado bem pequeno e temperado com limão, azeite e sal. Ou então a sobra de um salmão assado, pode ser comida fria, levemente amassadinho, temperado com limão, shoyu e gengibre, como se fosse um otoshi (aquelas entradinhas japonesas).<br />
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Neste caso, a sobra de massa folhada de uma deliciosa torta de alho porró se transformou em mini (ou devo dizer micro) mini croissant de queijo, nas opções emmenthal, cabra holandês ou parmesão argentino.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlqyaSvjLWX30nqCzBrPHJySJlrzU3uKXrMlyCBKzh31FZqk35sBdw-nwSBSKTHWQ-a2_MMb_cAbKC9cAj2aScNiREIomCK3Lnp93X4h2f5N-wEqKkKBq4WEBWXGlvXG2Xlx-3bV0YCG4-/s1600/DSC00587.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlqyaSvjLWX30nqCzBrPHJySJlrzU3uKXrMlyCBKzh31FZqk35sBdw-nwSBSKTHWQ-a2_MMb_cAbKC9cAj2aScNiREIomCK3Lnp93X4h2f5N-wEqKkKBq4WEBWXGlvXG2Xlx-3bV0YCG4-/s320/DSC00587.JPG" width="320" /></a></div><br />
Ficou muito bom e da próxima vez vou fazer com pedacinhos de chocolate meio-amargo.<br />
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Natalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-390948723731996583.post-91855489632969306862011-07-22T13:38:00.000-07:002011-07-22T13:38:37.601-07:00Velhos conhecidos e novas aventurasToda vez que chega o inverno eu entro na febre dos cozidos e <i>guisos</i>. Tudo bem que o inverno por aqui, se comparado com o hemisfério norte ou mesmo com a Argentina, é uma piada, mas tenho feito quase semanalmente um cozido de favas com legumes e músculo, ou mesmo o clássico <i>puchero</i>, tão presente na minha infância. Eles me aquecem, me nutrem, me dão conforto e, feitos em grandes quatidades, resolvem o jantar das noites frias por até três dias.<br />
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Os cozidos não tem segredo algum. Deixo os feijões de molho na véspera. De manhã, enquanto tomo café da manhã ponho o músculo para selar numa panela grossa e alta (para não haver derramamentos de óleo). É importante que a panela esteja bem quente e que você não mexa na carne, para que ela forme casquinha. Tem gente que não gosta desses aromas trogloditas logo cedo, eu não me importo, além de gostar de fazer a cozinha entrar em atividade junto com os meus neurônios. Voltando ao cozido ou guiso, uma vez a carne selada, faço um <i>deglacè</i>, que, apesar do nome sofisticado, é básicamente diluir os grudadinhos da carne com alguma bebida alcoólica. Além de dar um sabor, ajuda a lavar a panela. Da última vez usei um pequeno jato de cachaça mineira <i>Providência</i>. Neste momento transfiro a carne e seus sucos cachacentos para a panelona de barro, previamente aquecida.<br />
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Bom, fora isso, tudo que eu tiver na geladeira vai parar lá dentro, cortado em cubos pequenos ou rodelas: batata, batata doce, cenoura, salsão, cebola e por ai vai. Acrescenta o feijão, cobre com água, sal, pimenta, louro, se quiser páprika doce, alguma erva, qualquer coisa vale. Tampa, põe no mínimo do mínimo e esquece. O último que fiz esqueci por umas duas horas e meia. Ficou maravilhoso.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-uBE-yNyjIZU/TinaX5aYRHI/AAAAAAAAC40/Uw7DduC-phw/s1600/DSC00300+-+puchero+low.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="http://1.bp.blogspot.com/-uBE-yNyjIZU/TinaX5aYRHI/AAAAAAAAC40/Uw7DduC-phw/s320/DSC00300+-+puchero+low.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;">Puchero</div><br />
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Já o <i>puchero</i> tem lá suas especificidades. Por exemplo, se deseja que os legumes fiquem inteiros e íntegros, portanto devem ser colocados na panela numa certa ordem (do mais duro ao mais mole). Além disso precisa de elementos que caracterizem seu sabor: milho, abóbora e salsão são essenciais. Também pode ir feijão branco ou grão de bico. Na minha infância era indispensável a presença do <i>caracú</i> (tutano), que retiravamos com um sopro de dentro do ossinho e comiamos com mostarda. Outras carnes são bem vindas, inclusive de porco, mas eu não uso. Também pode colocar folhas inteiras de repolho branco. No puchero da foto tem couve, e também influenciado pelo cozido português, banana da terra.<br />
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O método de servir consiste em pescar cuidadosamente os legumes e comê-los no prato com bastante azeite (ou manteiga). O caldo é tomado à parte, antes ou depois, ou utilizado como base para outras coisas boas. Nesse sentido difere bastante do <i>guiso</i>, de aparência mais ensopada e elementos pequenos, que pode ser comido com colher.<br />
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Os doces nunca foram meu forte. Deve ser porque não como muito doce, sou mais do rango. Quase sempre minha fome é salgada. Mas tenho minhas sobremesas amadas. Entre elas: <i>Isla Flotante</i> (pudim de claras), pudim de pão, tiramissu e o clássico pudim de pão ou <i>flan casero</i>. Este último virou uma espécie de peça de degustação. Não gosto quando é massudo e de consistência maizenosa. Gosto dele desmaiado, mole, com furos e não muito doce. Também não me agradam os aditivos, tipo as quantidades absurdas de doce de leite que eles colocam na Argentina. Pra mim tem que ser fresquinho e puro, sem mais nada (talvez só um café expresso carioca e a conta).<br />
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Decidi quebrar meu estigma e me aventurar. Descobri que é MUITO fácil. Olha só: pega 6 ovos e duas gemas, 200g de açúcar, uma colherinha de extrato de baunilha e mistura delicadamente (sem mexer muito, nada de bater). Acrescenta 750ml de leite frio. Reserva. Coloca a forma de pudim numa boca do fogão, com açúcar no fundo (fã do olhômetro, fiz uma camada fina no fundo). Um pouco de água cobrindo o açúcar e espera evaporar e dourar. Não pode ficar muito escuro porque amarga. Deixa a forma esfriar e despeja a mistura (passando por um coador fininho para tirar impurezas, galadura dos ovos caipiras, etc). Pronto! É só assar no forno baixo em banho maria. Está pronto quando a parte de cima ficou dourada e durinha.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt6xJUDX0HcNtCMdUrFiRvmupOuxe4gtpFLa5GgsUoVYYme2h72kkOTdgX0jSYl52iFsrVx9RGSIrDKBY4QzTF3UAMaFsW2hs3TJY4x888gUnMYhtKjk8lHhZK7CWg5gch6Qllcxe6Y9rh/s1600/IMG_0063.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt6xJUDX0HcNtCMdUrFiRvmupOuxe4gtpFLa5GgsUoVYYme2h72kkOTdgX0jSYl52iFsrVx9RGSIrDKBY4QzTF3UAMaFsW2hs3TJY4x888gUnMYhtKjk8lHhZK7CWg5gch6Qllcxe6Y9rh/s320/IMG_0063.JPG" width="320" /></a></div><br />
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<div style="text-align: center;">Pudim furadinho</div><br />
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Cuidado ao desenformar! É nessa hora que todo o trabalho pode ir por água abaixo.<br />
Tem que esperar esfriar completamente. Passar uma faquinha em volta das bordas e do centro, virar num prato de uma vez e depois dar umas leves sacudidelas até que ele faz <i>plop</i>. Geladeira e nham!<br />
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Miss Kitchen, no inverno barrigudo de 2011Natalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-390948723731996583.post-83870956970505868722011-05-22T12:04:00.000-07:002011-05-23T06:54:24.816-07:00Cuidado<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioHGMy4ULKq0M7AKtQU4yCo7mLg7E90oRfyuIQjffQ_PfqDhiQ6Xt0yJFNOR860TxtZr4Xag5usOuQshm4kvVTbVSUBgqmbFujZT7l8FBUUCH4Q10KL5uxM6MfpyeJGkLeZ-mwfcOx_MFN/s1600/healthy+couple+low.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br />
</a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-51JQF2PlHas/Tdk-E7q4r3I/AAAAAAAAC4E/fiSPRpGiR9g/s1600/Screen+shot+2011-05-22+at+1.46.12+PM.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://1.bp.blogspot.com/-51JQF2PlHas/Tdk-E7q4r3I/AAAAAAAAC4E/fiSPRpGiR9g/s320/Screen+shot+2011-05-22+at+1.46.12+PM.png" width="295" /></a></div><div style="text-align: center;">Suco da mamãe</div><br />
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O corpo sabe o que quer, mas às vezes quer aquilo que é o hábito, ou aquilo que dizem que ele deve querer. Por exemplo, durante muito tempo meu corpo achava que queria uma média e um pão na chapa para abrir os trabalhos. Nada contra, sem moralismo: uma média quentinha com aquela espuma de leite, feita com um bom café e um pão francês fresco, bom, prensadinho sem queimar, adoro. Mas é isso que o meu corpo quer quando acorda? E o que eu sentia depois? Um certo peso, bastante sede, e nada de fome por horas.<br />
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Nunca fui trash, mas vivia esses equívocos ou automatismos. Correr pra padaria toda manhã (a Leticia ao lado não ajudava). Como me disseram uma vez, assim eu delegava o cuidado sistematicamente, um cuidado que deveria começar em casa, partindo de mim. E a um preço alto. Uma padaria vez ou outra, com um jornal do dia é muito bom, mas todo dia? Já fez as contas?<br />
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A gravidez exagerou em mim a vontade que eu já tinha de me cuidar. Hoje abro os trabalhos com um suco feito de beterraba, cenoura, couve, escarola, salsão, maça ou pêra. É muito gostoso, mesmo. E quando eu tomo sinto as células do corpo agradecendo, sinto uma vitalidade, uma leveza, uma prontidão pro que quer que seja. E só meia hora depois é que como algo sólido. Poderia até ser uma média e um pão na chapa. Mas é qualquer suporte sem glútem (bolacha de arroz, pão de mandioca) com um queijinho de cabra ou abacate, ovinho mexido, uma fruta. Leveza, e fome daqui a pouco.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioHGMy4ULKq0M7AKtQU4yCo7mLg7E90oRfyuIQjffQ_PfqDhiQ6Xt0yJFNOR860TxtZr4Xag5usOuQshm4kvVTbVSUBgqmbFujZT7l8FBUUCH4Q10KL5uxM6MfpyeJGkLeZ-mwfcOx_MFN/s1600/healthy+couple+low.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioHGMy4ULKq0M7AKtQU4yCo7mLg7E90oRfyuIQjffQ_PfqDhiQ6Xt0yJFNOR860TxtZr4Xag5usOuQshm4kvVTbVSUBgqmbFujZT7l8FBUUCH4Q10KL5uxM6MfpyeJGkLeZ-mwfcOx_MFN/s320/healthy+couple+low.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;">Almocinho</div><br />
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Não vou fazer aqui um manifesto natureba eco chato. Mas substituir tudo que você come por orgânicos não é tão difícil nem caro como se pensa. Aliás, esse discurso de "ah, mas é muito mais caro" é totalmente falho. Existem vários fornecedores que entregam verduras orgânicas em casa e se você comparar, é o preço que pagaria no supermercado pelos tradicionais envenenados. Fruta é mais complicado, mas toda a salada e os leguminhos de cada dia podem ser da melhor qualidade, e a diferença se vê no prato e no sabor.<br />
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E assim tenho passado, comendo exclusivamente em casa e transformando cada refeição num acontecimento cheio de alegria. No prato acima, arroz integral, tabule de quinua colorida, shiitake grelhado e nabo ralado. Muito simples, muito sabor. Às noites, canja de galinha, sopa de legumes, repetecos e afins.<br />
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Sim, de vez em quando a saudade, de uma pizza, um bom hamburguer, mesmo uma média e um pão na chapa, tudo isso será bem vindo e consumido como uma iguaria excepcional, com bons ingredientes, bem feito e sem culpa. A exceção, não mais a regra. Em pouco tempo esse cuidado mehora a nossa vida. Instantaneamente, diria.Natalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-390948723731996583.post-40974592379451610502011-04-01T16:36:00.000-07:002011-04-01T16:36:57.920-07:00Déjà Vu<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Aposto que isso não acontece só comigo. Toda vez que viajo, especialmente em outros países, encontro clones dos meus amigos por ai. É como se os padrões da natureza tivessem um número limitado de combinações e se repetissem. Bom, sei que isso acontece mesmo, basta olhar para orquídeas e mexilhões. Mas não se limita às fisionomias, é também um jeito de andar, um corte de cabelo, uma calça, o tom de uma risada. Na minha última viagem para NY vi vários amigos por ai: a Tata andando de costas com seu violão, o Dudu numa palestra com sua calça roxa, a Janice no aeroporto esperando um voo atrasado concentradíssima no seu lap-top e a Cecilia fazendo compras na Quinta Avenida. Mas o cúmulo mesmo foi há muitos anos em Bariloche, quando vi eu mesma, passando num taxi, com meu cachecol azul e um certo ar melancólico.</div><div style="text-align: justify;"><br />
Nessa mesma viagem recente, outro déjà vu, o clone de um sabor. Foi na Katz Deli, uma lanchonete judaica bem tradicional (existe desde 1888!) que fica no East Village. Fui parar lá com a ajuda do meu guia Gallimard (Publifolha), que amo, porque me leva a ótimos restaurantes a bom preço, e ainda separados por bairro. Assim fui ao ótimo (um pouco pesado) indiano Pongal e ao incrível Joe' Shangai em China Town, numa noite tenebrosa de frio em que tudo parecia fechado e enormes pilhas de lixo se acumulavam nas ruas, quase tirando minha fome. Também teve os maravilhosos omeletes da Sarabeth (numa viagem anterior) e a excelente tratoria Max Soha perto da Columbia University (inesquecível fusilli caseiro com ragu de cogumelos ao vinho Brunello, prato que infelizmente não pedi mas belisquei graças à generosidade alheia).</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-RmDZfzq9GR0/TZZatsvPA0I/AAAAAAAAC34/Hj-8ZoFJpmQ/s1600/IMG_5105.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://3.bp.blogspot.com/-RmDZfzq9GR0/TZZatsvPA0I/AAAAAAAAC34/Hj-8ZoFJpmQ/s320/IMG_5105.JPG" width="320" /></a><a href="http://3.bp.blogspot.com/-RmDZfzq9GR0/TZZatsvPA0I/AAAAAAAAC34/Hj-8ZoFJpmQ/s1600/IMG_5105.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div><div style="text-align: center;">Latkes, cream soda, pickles, hot dog, sanduíche de bastrame, batata frita e knishes.</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mas voltando à Katz Deli. Pedi sopa de matzo balls e knishe (uma bola de purê de batata doce, muito boa). Meus amigos comeram hot-dog (ótimo, com repolho agridoce e pão torradinho), latkes de batata com sour cream e molho de maçã e sanduíche de pastrami caseiro (o clássico da casa, obsceno na quantidade de carne), e todos dividimos ótimas batatas fritas de formato grosseiro. Mas foi ao morder o sanduíche de pastrami que tive o déjà vu. Não foi aquela sensação de comer algo conhecido, mas um sabor que me remeteu a uma lembrança remota, inalcançável e que talvez pertencesse a outra pessoa ou a outro tempo. De fato, o sanduíche estava muito bom. Pão de centeio, muito macio e leve, e a carne, longe de parecer um embutido, desmanchava e tinha um tempero especial, de bordas escuras. Fiquei o resto do dia tentando localizar essa lembrança sem sucesso, até escovar os dentes e esquecer.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-aEVx5CtD9qY/TZZhKi2jQtI/AAAAAAAAC38/6MgdiVRdY18/s1600/Screen+shot+2011-04-01+at+8.33.50+PM.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="238" src="http://1.bp.blogspot.com/-aEVx5CtD9qY/TZZhKi2jQtI/AAAAAAAAC38/6MgdiVRdY18/s320/Screen+shot+2011-04-01+at+8.33.50+PM.png" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;">Sarmiento y Uriburu.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
Então lembrei, no tédio do avião voltando pra casa. Foi em 1985, na Calle Sarmiento em Buenos Aires. Eu morava do lado da escola (porta com porta) e em frente ao clube Hebraica, que todos os meus amigos frequentavam e eu também passei a frequentar, mas de penetra. Um belo dia me fingi de sócia e entrei, ninguém me barrou. E assim fui usando o clube durante um ano sem nunca ninguém perceber e sem jamais contar pro meu pai. Fiz aula de informática, nadei na piscina, joguei basquete e fiz travessuras no terraço do ultimo andar de onde se via a janela do meu apartamento. Tinha dez anos, fiz isso pela aventura, na inocência e com a cumplicidade dos meus amigos sócios, hoje não teria coragem. Foi nessa época, na lanchonete ao lado do clube onde comia com meu pai o maravilhoso pletzalej com pastrami e pepino, acompanhado de refrigerante Mirinda sabor laranja. Foi esse sabor, o mesmo, a mesma sensação, o cheiro e a textura. Não mais um déjà vu: uma lembrança esquecida durante 25 anos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Natalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-390948723731996583.post-66510252136278517482011-02-19T07:52:00.000-08:002011-02-19T07:52:18.507-08:00Cão chef<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-PAHr5xkjONA/TV_nBd3LRKI/AAAAAAAAC30/C6-50LOCHpU/s1600/CHEF.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://3.bp.blogspot.com/-PAHr5xkjONA/TV_nBd3LRKI/AAAAAAAAC30/C6-50LOCHpU/s400/CHEF.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: large;">Foto de <a href="http://irinawerning.com/">Irina Werning</a></span></div>Natalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-390948723731996583.post-64642238472995991332011-01-28T14:03:00.000-08:002011-01-28T14:05:34.033-08:00Pesto<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/TUM8fF-gH9I/AAAAAAAAC3s/ZuYPFo8cgbw/s1600/pesto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="http://3.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/TUM8fF-gH9I/AAAAAAAAC3s/ZuYPFo8cgbw/s320/pesto.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"> Foto: Galeria Experiência</span></div><br />
<br />
Lembro muito bem da minha mãe picando manjericão com aquela faca grande, pesada, retangular. Lembro do rítmo da faca na tábua. Eu ajudava abrindo nozes. Adorava quebrar nozes, martelar sem dó ou espremer no canto da porta.<br />
<br />
Minha mãe me ensinou algumas coisas na cozinha. Primeiro, que não existe não saber cozinhar. E o mais importante, com qualquer coisa se faz uma comida boa. Desde que se tenha amor, pelas pessoas e pela cozinha. Intimidade também. A prova disso era a polenta feita com água e caldo knorr, regada de óleo de milho, e nos dias bons do mês com queijo parmesão. Uma delícia. Um dia só tinha farinha e um tomate. Ela fez um pão de frigideira recheado que comemos com mate no quintal embaixo da parreira.<br />
<br />
Voltando ao pesto e a se virar com o que a gente tem. Desta vez, com amigos na serra da mantiqueira, tinha manjericão, mas pouco. Completei com salsinha. Não tinha nozes, usei castanha do pará. Coloquei também na mistura um tomate inteiro (sem casca e sem sementes), parmesão, sal, pimenta, muito azeite. A quantidade de azeite chamou a atenção de todos, - que exagero!. Mas não sobrou uma gota.<br />
<br />
E na hora de servir, a frase da minha mãe que neutraliza qualquer falsa modéstia: - Lástima que no sé cocinar! (que pena que eu não sei cozinhar).<br />
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<br />
MK verão de 2011Natalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-390948723731996583.post-30912200326683493282010-09-17T01:17:00.000-07:002010-09-17T01:26:06.178-07:00Ser turista<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/TJMjMoSkaxI/AAAAAAAACyg/7IEWM8jTmBU/s1600/IMG_4489.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/TJMjMoSkaxI/AAAAAAAACyg/7IEWM8jTmBU/s320/IMG_4489.JPG" /></a></div><div style="text-align: center;">Miradouro de Santa Luzia.</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><br />
Ser turista é desfrutar e padecer. Sou dessas pessoas que rejeitam o rótulo e por isso mesmo, sempre vinculam as viagens a algum tipo de trabalho, entre outras coisas, numa tentativa de inserção na realidade local de forma mais profunda ou mais coerente com o que gostamos de ver e projetar sobre nós mesmos. Sinceramente, as nossas cameras fotográficas e mapas não tem qualquer coisa de patéticos?<br />
<br />
Contudo, o ser turista é também gostoso, descompromissado e inevitável, bem como os erros que decorrem. De logística: aquela estação de metrô é mais longe. Roubadas: o hotel não é o que parecia. Financeiro: ali do lado era muito mais barato. E por ai vai.<br />
<br />
Mas tem atrações turísticas que são clássicos não por acaso. Como os Pastéis de Belém em Lisboa. Defendo a teoria de que boa parte de seu maravilhoso sabor vem do fato de serem feitos na hora e servidos quentes. Mas não é só isso. Há um componente secreto, os portugueses adoram essas mitologias e nós também. Seja como for, a gente chega lá, pega fila junto a muitos turistas como nós. Espera por uma mesa, recebe a pior mesa (do lado do banheiro) que não pode trocar mesmo havendo outras disponíveis. É maltratado por 3 garçons diferentes, o café vem aguado e frio num salão com ambiente familiar e novos velhos móveis. Tudo com aquela cara de vida de turista. Mas só até que eles chegam, os pastéis.<br />
<br />
Eles iluminam a sala e perfumam o ambiente. Ao mordê-los, poeira finíssima de canela entra no nariz, seguida de suavidade cremosa láctea, finalizando a mordida com delicada crocância de mil finas folhas e no fim, tudo misturado na boca, que não quer que isso acabe jamais.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/TJMi9p4bq_I/AAAAAAAACyY/EGmHSdPUDrI/s1600/IMG_4539.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/TJMi9p4bq_I/AAAAAAAACyY/EGmHSdPUDrI/s320/IMG_4539.JPG" /></a></div><br />
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MK, de LisboaNatalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-390948723731996583.post-80525642797059357192010-08-03T05:20:00.000-07:002010-08-03T11:36:26.635-07:00Vinhos da Mulherada<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/TFgHsSjNb0I/AAAAAAAACvE/Ku6ZLZywdyE/s1600/Picture+9.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="130" src="http://1.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/TFgHsSjNb0I/AAAAAAAACvE/Ku6ZLZywdyE/s400/Picture+9.png" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"> Fotos da Marie</span></div><br />
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Tenho como premissa nunca recusar convites da <a href="http://www.marie.com.br/">Marie</a>. Ela é muito amiga, muito querida e arruma uns programas inusitados para mim, como as exposições maravilhosas que ajuda a organizar (Cartier-Bresson, Lorca, ... coisas grandes e lindas), suas próprias exposições (como a recente <i>Preto e Branco</i>), fotografar um piloto de Fórmula1 numa churrascaria, comer comida peruana (uma grande paixão sua), tomar banho de mar em Ubatuba ou simplesmente bebericar um chá interessante de sua coleção pessoal. Mas a vida corre e o tempo é uma abstração e por conta disso tenho estado em falta com ela e com minha própria vontade de ir onde quer que ela queira me levar.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/TFgIXpl-yZI/AAAAAAAACvM/7WYX1HrzPTU/s1600/Picture+11.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="98" src="http://3.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/TFgIXpl-yZI/AAAAAAAACvM/7WYX1HrzPTU/s400/Picture+11.png" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Filipa Pato em ação</span></div><br />
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Mas ontem consegui, e fui numa degustação de vinhos organizada pela Casa Flora (importadora), só para mulheres e com a presença de três grandes enólogas ibéricas: Filipa Pato (Portugal) e Ana López Lindon e Rosália Molino (Espanha). As moças ficaram atrás de grandes mesas com seus produtos, explicando de bom grado os detalhes de seus vinhos. A Filipa Pato (que arrasou no vinho branco), simpatica e discretamente elegante, me lembrou muito a Manuela, cantora da banda portuguesa OsClã. Seu vinho branco estava delicioso, muito suave, deu vontade de estar perto do mar. A Rosália Molina (de vestido florido de verão e brilhantes olhos claros) produz um tinto orgânico maravilhoso, com um aroma meio defumado, muito leve. Ela parecia um pouco cansada, mas sorria bastante e a mesa dela ficou cheia a noite toda. A Ana López Lindon produz um cava muito festejado pelos críticos. Foi a primeira coisa que provei, e gostei, mas não sou uma grande apreciadora dos espumantes e ainda por cima estava faminta. Mas tudo que ela produz é orgânico e as garrafas tinham o design mais arrojado, compridas, com vontade de virar castiçal.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0hIraSo82ETDhU2hUCbllkDuQ2A5UjOJrea6VVYO1phZC8bGuRCJHJy3S10mfCiHOjyHbsNAjHabpnNW69TyyUf9t1CWEoNv1nRWO8VHMaErKOce6O8BmjxpzTtrU32fMxHQUyPMXGbT7/s1600/degust2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0hIraSo82ETDhU2hUCbllkDuQ2A5UjOJrea6VVYO1phZC8bGuRCJHJy3S10mfCiHOjyHbsNAjHabpnNW69TyyUf9t1CWEoNv1nRWO8VHMaErKOce6O8BmjxpzTtrU32fMxHQUyPMXGbT7/s320/degust2.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"> <span lang="FR" style="font-family: ArialMT;">Filipa Pato, Thais Carvalhal, Rosalia Molina e Ana Lopez</span>* </span> </div><br />
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As comidinhas eram muito boas. Croquete de pupunha, tartar de salmão com "pérolas de tapioca" (sagu! ótimo!), trouxinhas de cogumelos (um pouco sequinhas por dentro), mini-kibes com molho de limão, vatapá de lagosta e um nhoque muito gostoso que estava um pouquinho frio (não há massa que resista a uma noite geladinha, quase ao ar livre). A presença me pareceu basicamente de jornalistas e restauranteurs. Conversa animada, ti ti ti feminino, risadas. E com a gente não foi diferente (um grupo composto por mim, uma light designer, uma artista visual e uma produtora da Mostra de Cinema). A gente riu, riu, riu e saiu levemente cambaleante.<br />
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<div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/TFhghnRHZkI/AAAAAAAACvU/wOTBxXK6ETg/s1600/degus1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/TFhghnRHZkI/AAAAAAAACvU/wOTBxXK6ETg/s320/degus1.jpg" /></a></div><span style="font-size: x-small;">A gente realmente entende do assunto*</span><br />
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</div><br />
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Um encontro gostoso, uma oportunidade de conhecer novos vinhos e de ver como a mulher vai ocupando espaços tradicionalmente masculinos. O mundo muda, às vezes mais rápido ou mais devagar, mas muda. Agora, sobre o aspecto puramente feminino da noite, essas coisas me fazem entender por que Deus criou dois sexos. Os garçons, bonitos e simpáticos: um oásis. Nos eventos puramente masculinos deve ser assim também. Mas nesses eu não vou, né?<br />
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<div style="text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">*fotos de Marie Hippenmeyer </span></div>Natalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-390948723731996583.post-39366107066957193082010-07-01T05:26:00.000-07:002010-07-02T05:37:41.163-07:00Café da manhã com amor<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div>Já não me restam dúvidas sobre a diferença que faz na vida, e na cozinha que a vida é, quando as coisas são feitas com amor. Aquela energia criativa que também ganha o nome de capricho, esmero, cuidado, dedicação. No fundo é amor, alegria de estar vivo podendo fazer aquilo. Pois o tal amor leva para segundo plano a dita sofisticação, elegância, elaboração, complexidade e demais floreios culinários. Nada disso importa, um pãozinho com manteiga com amor acaba com a assepsia de qualquer boulangerie chique.<br />
<br />
Durante uns dias sonhados na Chapada dos Veadeiros, provei o café da manhã com amor da Lourdes. Goiana falante de sorriso fácil e mão boa para tudo na cozinha, do bolo de milho cremoso à galinhada, me ofereceu seu amor em forma de:<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsfhDZMvaoOFJq5P6C4TvmOXnRaPmrOeL17_G0YdCguOT2F6BAb40jQeOt23uD0EUb00EBArA3nqCDoGB922N1SI5O_E2SbmpmOCXlvRvzqkqseCAg3Yjr6Bhh4-Nu2Ak2zWUyDvo57QbD/s1600/IMG_4356.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsfhDZMvaoOFJq5P6C4TvmOXnRaPmrOeL17_G0YdCguOT2F6BAb40jQeOt23uD0EUb00EBArA3nqCDoGB922N1SI5O_E2SbmpmOCXlvRvzqkqseCAg3Yjr6Bhh4-Nu2Ak2zWUyDvo57QbD/s320/IMG_4356.JPG" /></a></div><br />
Pão doce, pão caseiro de cenoura, bolo de milho, pão francês, ovo caipira mexido, frios, fruta, iogurte caseiro, pão de queijo quentinho, granola, mel de laranjeira, tapioca crocante. A cada dia uma pequena e surpreendente alteração, a cada dia um novo suco fresquinho (acerola, goiaba, maracujá). Tudo isso, servido no pequeno terracinho do chalé, no horário em que a intuição sempre acertada da Lourdes acha que vamos querer sair da toca.<br />
<br />
Sabe quando você acorda já feliz porque vai ter aquele café da manhã? Acordei assim todo dia, e foi com esa nutrição que fui para as trilhas e cachoeiras do cerrado, sob um sol maravilhoso de inverno, durando os efeitos alimentícios até o sol baixar e a gente terminar o dia como lagartos na pedra comendo um lanche preparado com os restos do farto café.<br />
<br />
Nenhuma experiência gastronômica na chapada (nem mesmo os clássicos da Vila de São Jorge, quase sempre comida de buffet servida ao mesmo tempo fria e requentada) se comparou ao café da Lourdes na pousada Toá Rosa, que apartir de julho vai oferecer jantar, também servido no terraço. Vou ter que voltar.<br />
<br />
<br />
<b>Bolo de Milho da Lourdes muito simples e minhas adaptações*</b><br />
<br />
(Usar a própria lata do milho para as medidas)<br />
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1 lata de milho (usei o Bonduelle e da próxima vou usar milho de verdade)<br />
1/2 lata de fuba instantâneo (usei a clássica Milharina)<br />
1/3 de lata de óleo (ela usa soja, eu usei canola)<br />
1 lata de leite <br />
1 lata de açúcar (usei 3/4)<br />
3 ovos caipiras (tem que ser caipiras)<br />
1 colher de sopa de pó Royal<br />
1/2 lata queijo (usei minas padrão ralado, ela usou meia-cura)<br />
<br />
Bater tudo no liquidificador e assar numa forma com um pouquinho de óleo até dourar.<br />
<br />
*minhas adaptações não adiantaram, o dela estava mais gostoso (mas a receita é infalível).<br />
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<div style="text-align: right;">MK, com saudades do cerrado, 1 de julho de 2010.</div>Natalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-390948723731996583.post-24978227588181634012010-04-23T09:13:00.000-07:002010-04-23T09:13:29.626-07:00Chutney muito fácilMinha geladeira é minúscula, moro sozinha e odeio jogar comida fora.Cheguei de viagem (4 dias em Buenos Aires dedicados à familia e à culinária troglodita) e encontrei maçãs na geladeira em péssimo estado estético. Então pensei em fazer uma compota, mas achei sem graça. Um purê? Mas não tenho comido carne, muito menos porco, seu companheiro ideal. Então lembrei da simplicidade e gostosura do chutney e resolvi aproveitar tudo que tinha na geladeira sem perspectiva de uso num futuro próximo.<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S9HGGafpaRI/AAAAAAAACqM/o9ybdVPKTRk/s1600/IMG_0498.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S9HGGafpaRI/AAAAAAAACqM/o9ybdVPKTRk/s320/IMG_0498.JPG" /></a></div><div style="text-align: center;">Ficou com um gostinho do ferro da panela.</div><br />
<br />
<br />
<b>Chutney de que?</b><br />
Joguei numa panela as maçãs, caquis que de tão maduros não sobreviveriam à minha carreira solo, uma cebola roxa, dentes inteiros de alho, um limão siciliano muito maduro descascado, um tomate, pimenta cambuci, uma manga palmer (aquela sem fios indesejáveis) e gengibre em rodelinhas. Tudo em pedaços toscos, irregulares e sem lógica.<br />
<br />
<b>Temperos</b><br />
Tudo que encontrei (que fazia sentido para mim num chutney) menos o coentro em pó que tinha bichinhos estranhos. Sal, pimenta preta do moedor, pimenta moida branca, pimenta calabresa, páprika, cominho, uma mistura de chili verde, gengibre e gergelim moido que comprei em Londres, um pauzinho de canela, louro.<br />
<br />
<b>Importante</b><br />
Açúcar e vinagre. Consultei a proporção de ambos para um quilo de fruta, mas acabei jogando no olhômetro. Certamente coloquei menos açúcar do que rezou a wikipedia. Talvez mais vinagre do que era necessário.<br />
<br />
Liguei o fogo e cozinhei até as coisas amolecerem. Servi na hora, já que combinava com a refeição que preparei:<br />
<br />
Saint Peter (de novo, Tilápia) preparado da seguinte forma (invenção em tempo real):<br />
Refoguei cebola, gengibre e vagem na frigideira gigante de ferro. Abri um espaço e coloquei os filés no meio, virei. Sal, pimenta, leite de côco e tampa. Quando ficou pronto, um monte de espinafre em cima, e tampa.<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS-CLob9QuLVaV1WjYbvFtz7DauEc_0Q3TKi18KFfn7cKJKEGOdAeRg9VcJ_6-NP05Cor3v6po7NYWbudyWgVmGtqBB1ToQ_33JiBQBHMmo3fBdBm3078ZbOxxL6txNm_gBDzk5xs7kJDf/s1600/IMG_0499.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS-CLob9QuLVaV1WjYbvFtz7DauEc_0Q3TKi18KFfn7cKJKEGOdAeRg9VcJ_6-NP05Cor3v6po7NYWbudyWgVmGtqBB1ToQ_33JiBQBHMmo3fBdBm3078ZbOxxL6txNm_gBDzk5xs7kJDf/s320/IMG_0499.JPG" /></a></div><div style="text-align: center;"> Trivial comemorativo.</div><br />
<br />
Delícia! espinafre crocante levemente cozido no vapor sobre o peixinho muito suave e frágil, adocicado pelo leite de côco e apimentadinho pelo gengibre. Acompanhado de arroz integral vermelho e o tal chutney. Muito fácil, muito bom.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div>MK, à indiana.Natalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-390948723731996583.post-29267826396032352052010-04-12T05:24:00.000-07:002010-04-12T05:25:07.557-07:00Adoro te fazer feliz<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S8MQEbbQ2nI/AAAAAAAACoE/cLEWjSgwkGI/s1600/IMG_0461.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S8MQEbbQ2nI/AAAAAAAACoE/cLEWjSgwkGI/s320/IMG_0461.JPG" /></a></div><div style="text-align: center;">Saint Peter assado com coisinhas</div><br />
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<br />
Azeite, uma camada de cebola em rodelas finas, o Saint Peter (tilápia, né? mas foi por esse nome que paguei no mercado), rodelas de batata e batata doce pré cozidas, mais cebola, pimenta cambuci, alhos inteiros, cebolinha, alecrim fresco, sal, pimenta do reino branca, preta, pimenta calabresa, muito mais azeite, forno.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S8MQlPGfHnI/AAAAAAAACoM/9-1NLUOPpsg/s1600/IMG_0463.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S8MQlPGfHnI/AAAAAAAACoM/9-1NLUOPpsg/s320/IMG_0463.JPG" /></a></div><div style="text-align: center;">Detalhe</div><br />
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E como adoro te fazer feliz e o amor é feito de detalhes, rodelinhas finas de limão siciliano. Servido com salada verde (rúcula baby, alface americana), tomatinhos grape e arroz preto cozido no caldo de legumes. Te fazer feliz me faz feliz.Natalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-390948723731996583.post-9337409731034621172010-04-06T05:16:00.000-07:002010-04-06T05:16:07.233-07:00Datas oficiais<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S7peGMShiBI/AAAAAAAACmU/b7YQ1BNQPZw/s1600/IMG_0453.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S7peGMShiBI/AAAAAAAACmU/b7YQ1BNQPZw/s320/IMG_0453.JPG" /></a></div><div style="text-align: center;">Bacalhoada da Dona Neide</div><br />
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Meu aniversário é um dia antes do reveillon. Isso tráz vantagens e desvantagens. O bom é que já estou no lugar onde vou passar o fim de ano, que costuma ser bonito, e com pessoas queridas. O ruim: ninguém fica sabendo, quase ninguém liga (o celular está mesmo desligado há alguns dias), pouquíssimos presentes. Mas o exercício do desapego dessa ilusão de que o dia do aniversário é realmente especial também é bom. Comecei cedo a cultivar uma descrença hereditária por datas oficiais. O auge do aprendizado foi o meu aniversário de 10 anos. Fiz compras no super com a minha mãe, que preparou um bolo gostoso e sanduichinhos de bisnaga. Arrumamos uma mesa linda. Não deixei meus irmãos abrirem as garrafas de refrigerante. Ganhei um conjuntinho branco esportivo de toalha com uma listra lilás nas laterais. Chegou a hora, e nada. Ninguém veio. Ninguém, ninguém. Mentira, veio uma pessoa, a filha do vizinho que nem era tão minha amiga (naquela hora se tornou). Fiquei de cabeça erguida, aguentei firme, mas por dentro fiquei tão decepcionada... Atualmente no meu aniversário como algo gostoso com quem estiver perto (o último foi na França e comi "moules et frites"). O último que fez estrondo foi o de 30 anos, que só teve audiência porque comemorei 10 dias antes da data. Tomei um porre homérico e bem, melhor não comentar. Vamos ver se na festa de 40 mostro mais maturidade.<br />
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A última sexta-feira da paixão foi também um aniversário. Antes essa minha amiga e parceira de trabalho do que toda a mitologia católica. Mas foi uma boa chance de apreciar as delicias que já são tradição na sua familia, e na páscoa. Pensa numa casa térrea com um jardim fofo abarrotado das orquídeas novas da aniversariante. Familia, amigos, crianças, bebês. Todos rindo, conversando, matando as saudades, falando dos trabalhos que fazemos juntos ou separados. Champagne, vinho branco, cerveja gelada, whisky 12 anos, 18 anos, entradinhas (brie, palitos de cenoura e salsão, pãozinhos). Todos um pouquinho altos e muito felizes de estar ali.<br />
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Na cozinha, moças atarefadas não pararam um segundo, sob a batuta de dona Neide, para proporcionar o almoço perfeito. Leve o olhar de volta ao prato na foto acima (de esquerda para direita): o bacalhau, assado com legumes, molhado de azeite com momentos de crocância nas batatas e cebolas, arrozinho branco fresquinho temperado gostoso, salada verde com tomates cereja bem doces, salada clássica da familia com batata doce e gema de ovo picadinha por cima. Isso sem falar da mousse de salsão, das tortas e dos outros coadjuvantes que fizeram parte do meu segundo prato.<br />
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Resumindo, comemorar. Qualquer coisa, qualquer data, em qualquer dia. Aproveitar os dias oficiais e fazer a festa do nosso jeito. Claro, há algo que paira no inconsciente coletivo quando é feriado nacional. As frequências da cidade de máquinas abaixa e a gente pode aproveitar essa nova qualidade para sintonizar com outras conexões: de comunicação humana, prazer e amor.<br />
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MK, sexta-feira da paixão, 2010.Natalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-390948723731996583.post-60686936864044758052010-03-17T20:38:00.000-07:002010-03-17T20:38:04.143-07:00Kitchens<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S6Gf7Za26-I/AAAAAAAACic/np7rzF5kcI0/s1600-h/IMG_3974.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S6Gf7Za26-I/AAAAAAAACic/np7rzF5kcI0/s320/IMG_3974.JPG" /></a></div><br />
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A cozinha de uma casa diz muito sobre a pessoa que mora nela.<br />
Adoro ver as cozinhas, ficar nas cozinhas.<br />
Li um texto uma vez chamado "Asesinato en la cocina", sobre o erro da arquitetura moderna que separa a cozinha do resto da casa, ou que a torna um espaço de assepsia hospitalar. <br />
Conheço várias casas em que por mais que a pessoa insista e invista nos mais agradáveis sofás e confortáveis almofadas, os convidados acabam sempre espremidos na mesinha da cozinha.<br />
Na minha casa é assim. Não que eu invista muito, mas a sala é maior do que a cozinha e está sempre abandonada.<br />
Na casa da Theresa não, mas é visível o quanto ela gosta de cozinhar. O gosto pelos temperos.<br />
Além disso, ela capricha na iluminação e nos detalhes.<br />
A cozinha dela já da um indício da pessoa interessante que ela é.<br />
Apartir de agora inauguro minha coleção pessoal de cozinhas alheias.<br />
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MK, fim de invernon em Austin, Texas.Natalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-390948723731996583.post-14209572732487321522010-02-28T08:57:00.000-08:002010-02-28T08:57:49.651-08:00Lembrança<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEPPLETEVbHu5CT2GbljjNqz-mHUDD-oQ7W48Fgx1HVU-Slm1KK1IBdu6-5Qn1HxGLQaw4iUfP86e_WHhjt_k_zJ3vTNSL4cRiWNMUm6h-h4uYoWotVs4YRMDAEvtkc7ta2sVNMBG-klSC/s1600-h/Picture+4.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEPPLETEVbHu5CT2GbljjNqz-mHUDD-oQ7W48Fgx1HVU-Slm1KK1IBdu6-5Qn1HxGLQaw4iUfP86e_WHhjt_k_zJ3vTNSL4cRiWNMUm6h-h4uYoWotVs4YRMDAEvtkc7ta2sVNMBG-klSC/s320/Picture+4.png" /></a></div><br />
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Lembro como se fosse hoje.<br />
Tinha 7 anos. Eu era a primeira a dormir e a primeira a acordar na casa (ainda sou assim).<br />
Dormia muito cedo, muitas vezes antes do jantar.<br />
Acordava cheia de disposição às 5 da madrugada e, entediada pelo silêncio da casa, me dedicava às minhas duas atividades preferidas: ler (livros proibidos da bibliotéca do meu pai, aqueles bem no alto) e cozinhar (comer).<br />
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Na cozinha treinava minha autonomia alimentíticia. Às vezes preparava um farto e variado café da manhã e ficava esperando a casa acordar, não sem uma certa impaciência. A noite virava dia e eu na cozinha. Inventava coisas, assava biscoitos de água e sal no forno, com cebola picada e cobertos de queijo Port Salut. Fazia ovos mexidos vermelhos com pimentão. Preparava <i>chai</i> pra o meu pai e earl grey com limão para o resto. Inventava maneiras de apresentar as frutas, de acomodar rodelas de salame numa tábua. Ralava cenoura. Arrumava a mesa nos mínimos detalhes e ficava esperando.<br />
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Mas nessa manhã que lembro como se fosse hoje aprendi a fritar um bife à milanesa.<br />
Coloquei o óleo na frigideira, liguei o fogo e joguei o bife (que já estava pronto, numa pilha na geladeira). Nada aconteceu. Algo estava errado. Precisava ter esperado mais. Mas fritei até o fim, e não ficou bom. Joguei fora e comecei de novo. O óleo (de milho) ficou tão quente que ao jogar o bife, pingos de óleo queimaram meu rosto. Soltei um gritinho e tampei a boca. Esperei um pouco, de olho na frigideira mas mantendo distância, virei, virei de novo, mais uma vez. Torradinho por fora, mal passadinho por dentro. Perfeito. Comi no pão ("flauta" a baguette argentina) que esquentei no forno, com mostarda, lendo um Asterix e tomando Tang sabor laranja. Depois dormi de novo e quando acordei já era dia e a casa estava de pé antes de mim.Natalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-390948723731996583.post-22503572577916103002010-02-07T15:42:00.000-08:002010-02-07T15:42:11.456-08:00OasisVocê sabia que existem alguns lugares muito especiais para onde você pode fugir de encontro à natureza, e de quebra receber boa comida e ótima música? São espaços concebidos por pessoas muito singulares, que acabaram criando um conceito muito inteligente e cada vez mais difundido (um conceito que me faz muito feliz). A idéia é proporcionar, fora de São Paulo, uma programação cultural valiosa, aliada ao fato de se estar em lugares lindos, a um extremo cuidado gastronômico e ao cultivo do descanso, da privacidade, do cuidado e do amor com a gente mesmo. Isso tudo representa uma maneira não só de fugir da loucura paulistana, mas também de sobrevivê-la.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S29OQvXP7UI/AAAAAAAACWc/mB4i5X1va7o/s1600-h/Picture+1.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S29OQvXP7UI/AAAAAAAACWc/mB4i5X1va7o/s320/Picture+1.png" /></a></div><br />
<div style="text-align: center;"> Ovos Joly</div><br />
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Há pouco tempo estive cantando num lugar desses, o <a href="http://www.maisonjoly.com.br/">Hotel Maison Joly</a>, na Ilha Bela. É um casarão maravilhoso, no alto de um morro, perto da Vila, de onde se vê o canal de São Sebastião, o continente, os barcos, os veleros, os pássaros e os peixes. Eles te recebem com muitos cuidados e sem nenhuma frescura desnecessária. A equipe transpira o gosto que tem de trabalhar por lá. Os proprietários tem bom gosto e são extremamente inventivos, sobretudo no que diz respeito à gastronomia. Você pode experimentar (no farto e delicioso café da manhã), os ovos Joly, emoldurados num pão de forma fresquinho e macio, e servidos numa louça primorosa. Ou então comer uma salada de salmão marinado, servida num prato de gelo, e acompanhada de um ótimo vinho. São detalhes, mimos, carinho. E a mim, que estava lá na qualidade de artista convidada, e que algumas vezes vi contratantes fazendo questão de oferecer "menos" ao músico do que ao cliente, me foi oferecido todo esse cuidado e tratamento amoroso, respeito puro. Os shows acontecem num lounge de frente ao mar, com ótimo som e um ambiente onde se respira música. Uma experiência única. Recomendo! Só neste mês teve Toninho Ferraguti, gatoNegro e Amilson Godoy.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S29O2HBDgpI/AAAAAAAACWk/YW-8lgzHdok/s1600-h/Picture+2.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S29O2HBDgpI/AAAAAAAACWk/YW-8lgzHdok/s320/Picture+2.png" /></a></div><div style="text-align: center;"> Palco do Photozofia</div><br />
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Outro lugar que adoro e frequento desde que inaugurou há coisa de cinco anos é o <a href="http://www.photozofia.com.br/">Photozofia</a>, em São Francisco Xavier. Um lugar que nos oferece a possibilidade de tocar para uma platéia de gente interessante e interessada, num espaço muito bonito, construido à base de demolição e reciclagem. O espaço é misto de café, restaurante, teatro, livraria e cyber café. Lindo e com uma programação imperdível. O pôr do sol na janelona dos fundos é a coisa mais incrível. O interessante desse lugar é que lá a gente não só faz um show, mas por vezes é também palco dos nossos laboratórios, onde podemos testar novos projetos, criar shows especiais, encontros, essas coisas que nos alimentam artísticamente. Gosto de tomar uma sopa tailandesa com shiitake ou uma bela massa, acompanhada de um ótimo vinho argentino.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwMj0HtV3xMD_rHP7CnAwsMZVaULJkRDImaRQ63yVH3xCw2hgt5cnKMM5XjCNIu3YRFmt6Jde9YcQXFOyKLamSe9VlD4Di7mdhQd35lvoKtj_lV5wQviX1gGuFffzjStyyHLY_z7cPzQ4T/s1600-h/Picture+3.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwMj0HtV3xMD_rHP7CnAwsMZVaULJkRDImaRQ63yVH3xCw2hgt5cnKMM5XjCNIu3YRFmt6Jde9YcQXFOyKLamSe9VlD4Di7mdhQd35lvoKtj_lV5wQviX1gGuFffzjStyyHLY_z7cPzQ4T/s320/Picture+3.png" /></a></div><div style="text-align: center;">Pãozinho caseiro no Ponto de Luz</div><br />
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Mais um exemplo que não pode faltar é o <a href="http://www.hotelpontodeluz.com.br/">Ponto de Luz</a>, em Joanópolis. O hotel fica no meio da montanha e tem cachoeira, piscina (aberta e aquecida), refeições naturais e orgânicas de dar água na boca e uma belíssima sala de meditação onde também acontecem os shows. O legal é que aqui você se da um trato. O espaço oferece uma variedade de terapias incluindo massagens, pedras, reflexologia, watsu, todas essas coisas que nos ajudam a viver. Já na estrada de terra que leva até lá, nos sentimos a caminho de nós mesmos. O tratamento também é amoroso, respeitoso e acima de tudo, generoso.<br />
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Estes três lugares não são os únicos, vale a pena descobrir outros, mas eu vejo como parte de um movimento. Como um dos idealizadores me disse: aqui trocamos nosso melhor pelo melhor de vocês. O acolhimento e o descanso por um pouco da nossa música. Uma troca justa onde todo mundo sai ganhando, principalmente o hóspede. Faça isso por você!<br />
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MK, fim de janeirão de 2010Natalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-390948723731996583.post-72808002291832875682010-01-18T14:34:00.000-08:002010-01-18T14:34:14.047-08:00Em casa.Desde que cheguei de viagem ando muito inspirada para comer em casa. Cada refeição um carinho pra mim mesma e para os outros. Ando vegetariana e imaginativa. O marasmo de janeiro na cidade quente se tornou desculpa para cuidar da nutrição, com leveza e amor pelos ingredientes e pelas pessoas. Talvez isso esteja me salvando do tédio?<br />
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Fiz dois jantares na semana passada. Um deles foi um macarrãozinho com legumes à moda indiana, bem simples, com dois amigos que gostam de cerveja. O segundo foi um risoto de abobrinha e gorgonzola, preparado com cebola roxa, vinho branco, bouillon (pó para preparo de caldo de legumes, orgânico e sem sal) e parmesão. Este foi para 6 pessoas, sendo que uma delas eu não via há 17 anos.<br />
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E hoje, um almoço, com duas amigas. Arroz integral com cebola e milho, quiabos grelhados com balsâmico e endivias gratinadas. A primeira vez que provei isso foi em Paris, com presunto crú e muito queijo. Como não tinha manteiga, comecei o bechamel com uma mistura de oliva e óleo de côco, fui colocando farinha integral com a peneirinha e depois leite de aveia. Temperei com turmeric e curry, um pouquinho de sal, e quando ficou cremoso, derramei sobre as endivias pré cozidas. Cobri de gruyere e forno até tostar. Ficou bom.<br />
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No final comemos Titas (uma guloseima argentina que consiste em sanduichinho de biscoito de maizena com creminho de limão banhado em chocolate), com uma tacinha (ou duas, ou três) de vinho do porto.<br />
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E assim vamos verão adentro, esperando algo acontecer.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S1Tg7xZi8jI/AAAAAAAACBo/lW0O6s61UKM/s1600-h/IMG_0386.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S1Tg7xZi8jI/AAAAAAAACBo/lW0O6s61UKM/s320/IMG_0386.JPG" /></a><br />
</div>Natalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-390948723731996583.post-61855497202898132662010-01-12T13:36:00.000-08:002010-01-12T13:45:59.536-08:00França em imagens (e algo da Bélgica)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
Um começo nada charmoso, muito menos francês. Mas imigrantes dispostos a trabalhar no domingo podem salvar seu dia!<br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_R5gncygUD8WSRnzemd6u04TNERrdyy6U1YGXW_oA5UYBczH76wPnvzC3wzcKjroSivvUgi5KDEzLelkbSZDiNoFvWlIG93Ft9mKS1iO1wf1lAEyGiMWIAC9Su9ILjCIWnqEAWDFtG15i/s1600-h/IMG_0281.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br />
</a><a href="http://1.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S0zly9hLNjI/AAAAAAAABpU/pOyEyD4zidE/s1600-h/IMG_0265.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S0zly9hLNjI/AAAAAAAABpU/pOyEyD4zidE/s320/IMG_0265.JPG" /></a><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Um almoço chinês na praça de Carpentras, com rolinhos primavera muito oleosos, mas gostosos, arrozinho (que saudade), frango agridoce e "salada" (o velho e bom repolho em tirinhas).<br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S0zl4wt2FOI/AAAAAAAABpc/iB5kJW3OU_8/s1600-h/IMG_0274.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S0zl4wt2FOI/AAAAAAAABpc/iB5kJW3OU_8/s320/IMG_0274.JPG" /></a><br />
</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Entradinhas muito boas. Patê caseiro de coelho, azeitonas pretas muito especiais (meio secas, com o caroço bem solto), azeitonas verdes.<br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4f0gg7-dR3vlbgSRVNL_nBQTtbN7zj812YNnF-5Hjho3L9lUVMgM8wTwU5rnfFpv9E4NoWnvtCyKS0EwX7zWrUmZp5hEZHlM1RiU6F66NUlA9jtPY9RLvIBYLxnUAzQderotSaL-RVQz6/s1600-h/IMG_0276.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4f0gg7-dR3vlbgSRVNL_nBQTtbN7zj812YNnF-5Hjho3L9lUVMgM8wTwU5rnfFpv9E4NoWnvtCyKS0EwX7zWrUmZp5hEZHlM1RiU6F66NUlA9jtPY9RLvIBYLxnUAzQderotSaL-RVQz6/s320/IMG_0276.JPG" /></a><br />
</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Tabua de queijos deliciosos para saborear quando você já jantou e acha que não consegue comer mais nada. Eles moram eternamente nesse prato, e em toda refeição aparecem na nossa frente. Un suaves, uns fortes, cabra, vaca, todos muito bons.<br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6tJE0funqx9E5tRrO7xSMHRzcHwkhiAqmBtAY2MZhfmLev62rBfmt_7BQ6wQxWbUq3tBuqn9BVobNLe9zmWN30jdhwdxpM9LFY-IeCe5ySrX5j9SGHmD-6hYKOxXzqZRQ8ts-pui2aJ34/s1600-h/IMG_0297.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6tJE0funqx9E5tRrO7xSMHRzcHwkhiAqmBtAY2MZhfmLev62rBfmt_7BQ6wQxWbUq3tBuqn9BVobNLe9zmWN30jdhwdxpM9LFY-IeCe5ySrX5j9SGHmD-6hYKOxXzqZRQ8ts-pui2aJ34/s320/IMG_0297.JPG" /></a><br />
</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Trivial caseirinho. Magret grelhado, fatiado, arroz basmati à brasileira e mexidinho de cogumelos com creme fraiche. Essa refeição me deu uma sensação absurda de aconchego.<br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitSfszZPgfEDKhH9m5X-3oyHwKBInX5mLoyrHXH6Nd3bQHUZD__7rcNWv18HHCPkUQhTF1xdYRoRUIPhpj5GqdJPbo3vXQf17fEa8RVVdDvj_27PEwedCgycSTLrtZrmCkhS0HKPs_CiNC/s1600-h/IMG_0298.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitSfszZPgfEDKhH9m5X-3oyHwKBInX5mLoyrHXH6Nd3bQHUZD__7rcNWv18HHCPkUQhTF1xdYRoRUIPhpj5GqdJPbo3vXQf17fEa8RVVdDvj_27PEwedCgycSTLrtZrmCkhS0HKPs_CiNC/s320/IMG_0298.JPG" /></a><br />
</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Cozidão de carne, com batatas assadas, ratatouille e tomate, em Vanclouse La Fontaine. Esse creme alaranjado é de alho, não lembro o nome.<br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzP4fwUrTd-o2MPnK_s7EK2kGBoUl_d6vUBBVQ4tls4KGDEcxR1ioGm_OZwShNr6sh-vyeAZ5vJBCjTSD9OA6mxvyT4qVX8ZAXeyVkcMlu5iujD3plD-lcC9rOoPKtTKadzPDuoXUGnRFC/s1600-h/IMG_0299.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzP4fwUrTd-o2MPnK_s7EK2kGBoUl_d6vUBBVQ4tls4KGDEcxR1ioGm_OZwShNr6sh-vyeAZ5vJBCjTSD9OA6mxvyT4qVX8ZAXeyVkcMlu5iujD3plD-lcC9rOoPKtTKadzPDuoXUGnRFC/s320/IMG_0299.JPG" /></a><br />
</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Um creme brulee bonito e gostoso.<br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S0zmbCfWYKI/AAAAAAAABqM/4NH3x5PrQ-A/s1600-h/IMG_0314.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S0zmbCfWYKI/AAAAAAAABqM/4NH3x5PrQ-A/s320/IMG_0314.JPG" /></a><br />
</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Rabanada com champagne no primeiro de janeiro. Começando com o pé direito.<br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggiMxXV9ObTKop3QpZv_d-jtBgrV5ZNa67BMLoFMACEOleC4shGMVdj-mZgetuzqyTD753DObKuK30dONIbqGsgmfzZtQqs_EVtvZBIDVhZXe9NEY_ldCOF29t-aN2NunSO96-kGZxQPfl/s1600-h/IMG_0337.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggiMxXV9ObTKop3QpZv_d-jtBgrV5ZNa67BMLoFMACEOleC4shGMVdj-mZgetuzqyTD753DObKuK30dONIbqGsgmfzZtQqs_EVtvZBIDVhZXe9NEY_ldCOF29t-aN2NunSO96-kGZxQPfl/s320/IMG_0337.JPG" /></a><br />
</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Moules (mexilhões) fumegantes, ao alho, com batata frita, em Bruges (Bélgica).<br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S0zmkutnl-I/AAAAAAAABqc/mrHZGX-x2eM/s1600-h/IMG_0341.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S0zmkutnl-I/AAAAAAAABqc/mrHZGX-x2eM/s320/IMG_0341.JPG" /></a><br />
</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Chocolate ao creme, em Bruxelas. Só consegui tomar 20%.<br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S0zmpOvW5AI/AAAAAAAABqk/0PV_a7hAk7s/s1600-h/IMG_0342.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/S0zmpOvW5AI/AAAAAAAABqk/0PV_a7hAk7s/s320/IMG_0342.JPG" /></a><br />
</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">O melhor waffle da história! Quente, leve, com uma textura que se desmanchava na boa. Doce na medida certa. Uma coisa. Em Bruxelas.<br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><span id="goog_1263337070480"></span><span id="goog_1263337070481"></span>Natalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-390948723731996583.post-77739584171214705412009-12-24T06:39:00.000-08:002009-12-25T05:06:34.198-08:00SuperVão me achar louca, mas eu adoro supermercado. Tem gente que não tem a menor paciência.<br />
Mas eu gosto imenso.<br />
Primeiro, por um sentimento de gratidão, por poder estar comprando comida, e me nutrindo.<br />
Segundo, porque é um mundo de variedades ao meu dispôr.<br />
Terceiro porque é onde tudo começa.<br />
<br />
Claro, alguns supermercados mais do que outros.<br />
Eu já disse aqui que eu gostaria de morar dentro do Santa Luzia, teria uma barraquinha iglú naquele espaço entre a padaria, as sementes e as azeitonas.<br />
E os mercadões municipais? Outra maravilha. Feiras, mercados de rua. Adoro tudo. <br />
<br />
E quando estou viajando, mais ainda. As embalagens, os produtos locais, a estética das coisas.<br />
No Japão, uma viagem!, você não sabe se esta comprando queijo fundido ou pasta de dente. No ocidente já é mais fácil. Nos Estados Unidos notei uma absurda oferta de produtos orgânicos e internacionais.<br />
<br />
E aqui em Londres, passei horas no Sainsbury's só vendo minhas opções para uma solitária ceia de natal.<br />
Horas para comprar pouquissima coisa. Detalhe: não precisa passar no caixa. Vai passando os produtos num leitor, depois enfia o dinheiro ou o cartão na maquininha, e pronto. Ninguém controla a honestidade dos clientes, provavelmente porque não precisa. Que beleza, véspera de natal e nenhuma fila. <br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/SzN7cuzL-rI/AAAAAAAABnI/UhvJ_S-XK-c/s1600-h/IMG_0250.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/SzN7cuzL-rI/AAAAAAAABnI/UhvJ_S-XK-c/s320/IMG_0250.JPG" /></a><br />
</div><br />
<br />
De esquerda pra direita, em círculo ascendente e descendente:<br />
<br />
Caldo de vegetais orgânico e sem glutamato, champignons, iogurte orgânico de baunilha, chá de ervas purificantes, creme hidratante para o corpo, chá de menta e eucalipto, cerejas, aspargos, chá de limão e gengibre, torradas integrais de emmenthal e sementes.<br />
<br />
Total: 9,80 libras<br />
Quanto será que teria custado no Pão de Açucar? <br />
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<br />
Miss Kitchen viajou a convite da Tap. <a href="http://www.flytap.pt/">Fly Tap</a>!Natalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-390948723731996583.post-74236835559475647592009-12-22T14:21:00.000-08:002009-12-22T14:21:53.422-08:00Sutil<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/SzFAiHzoKQI/AAAAAAAABmc/Qu8zR9mt2K8/s1600-h/IMG_3933.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/SzFAiHzoKQI/AAAAAAAABmc/Qu8zR9mt2K8/s320/IMG_3933.JPG" /></a><br />
</div><br />
<i>S</i><i>ubtilis</i>.<br />
Fino, preciso, simples, sem adorno.<br />
Leve.<br />
<br />
<br />
Vocês devem ter lido nos posts anteriores o que foi a minha maratona gastronômica portuguesa.<br />
Uma delicia total. Mas, como eu não consigo ser moderada, sai de lá precisando ir pro <i>rehab</i>.<br />
No, no, no. Pois a era dos excessos ficou (temporariamente?) para atrás.<br />
A vida proporcionou que fosse hospedada em Londres num maison végétarien e pudesse, além de dar trégua aos órgãos internos, provar coisas novas, diferentes e sutis.<br />
<br />
Para começar, nem sal nem açúcar. O não açúcar, tranquilo. O sal me preocupou um pouco. Achei que fosse sentir muita falta, ficar levemente deprimida, correr pro saleiro que me foi amavelmente oferecido. Nada me foi imposto, vejam bem. Mas resolvi fazer um laboratório com o meu paladar e uma avaliação clínica do meu grau de dependência. E não é que foi bom? Teve um risoto de cogumelos e aspargos, com um queijo parente do gorgonzola só que muito mais suave, feito com caldo de legumes caseiro e vinho branco, ervinhas frescas, floquinhos de pimenta calabresa e um bom azeite. Senti falta do sal? Senti no começo, mas também reparei que sem o sal as coisas eram mais elas mesmas e se diferenciavam mais umas das outras. Sem o sal a salivação é menor, e o sabor de tudo mais suave, porém com mais nuances. Também reparei que o sal (principalmente se estiver acima da medida), nos deixa um pós-gosto que se sente na garganta, como uma ardência. Todo um laboratório. E assim vou, no exercício de ao menos não usar sal no prato (ao comer fora). Claro que não vou ficar radical, mas quando voltar pra casa, vou começar a adotar o hábito, ou melhor, desadotar o hábito. Em outras palavras: acordar.<br />
<br />
A foto acima não é imagem satelital de um novo planeta ou restos de uma erupção vulcânica numa plantação de abacate em Atacama. É um pequeno almoço sutil. Leite de aveia (é só bater os flocos com um pouco de água), com diferentes sementinhas (girassol, gergelim, abóbora) e <i>clusters</i> de aveia. Um pouco de geléia com pedacinhos de fruta para dar um up e pronto. Sem açúcar. Diferente. Bom.<br />
<br />
<br />
<br />
Miss Kitchen viajou a convite da Tap. <a href="http://flytap.com/">Fly Tap</a>!Natalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-390948723731996583.post-82563015247710874002009-12-18T04:30:00.000-08:002009-12-18T04:30:36.786-08:00Miss Kitchen em Portugal III - Delícias do Alentejo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/SytxZrVfpqI/AAAAAAAABks/8PTVcBJGOaw/s1600-h/IMG_3891.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/SytxZrVfpqI/AAAAAAAABks/8PTVcBJGOaw/s320/IMG_3891.JPG" /></a><br />
</div><br />
<div style="text-align: center;">Ex Libris<br />
</div><br />
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Saimos numa manhã chuvosa, pela Ponte do Vaco da Gama, em direção a Évora. Uma pequena linda cidade rodeada de muralhas antiquíssimas onde visitamos, entre outras coisas, a Capela dos Ossos. Alguns acharam meio tenebrosa, mas eu gostei. É que as paredes são totalmente forradas de ossos e caveiras. A acústica é muito interessante, e o fato dos monges a terem construido como espaço de meditação, onde a presença da morte nos lembra do efêmero da vida, também. Ao entrar, a famosa frase: <i>Nós ossos que aqui estamos, pelos vossos esperamos</i>. Saimos calados antes que a profecia se cumprisse, e fomos ao ex libris da cidade, ruinas do que teria sido uma homenagem a Diana, a Caçadora, mas não foi. <br />
<br />
De Évora, partimos para a Montes da Cal, mais ao sul. No caminho, lindos vinhedos a perder de vista, oliveiras e uma grama tão verde tão verde que chegava a ser fosforescente. Chegando lá, uma construção belíssima, com referências claras à influência árabe, com amplos salões, cúpulas e decoração cheia de cores e pequenos espelhos. É lá que as adegas Dão Sul produzem alguns vinhos, realizam eventos e recebem, vindos de todo o mundo, os interessados em bom vinho português.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/SytxrOHeWLI/AAAAAAAABlE/KFEp0rGTzD4/s1600-h/IMG_3905.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/SytxrOHeWLI/AAAAAAAABlE/KFEp0rGTzD4/s320/IMG_3905.JPG" /></a><br />
</div><div style="text-align: center;">Sala de estar bem.<br />
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</div><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/SytxloFEemI/AAAAAAAABk8/sSZsqDDlycw/s1600-h/IMG_3904.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/SytxloFEemI/AAAAAAAABk8/sSZsqDDlycw/s320/IMG_3904.JPG" /></a><br />
</div><div style="text-align: center;"> Desfile de belezas.<br />
</div><br />
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<br />
Conhecemos todas as instalações, desde salas de degustação e laboratório até os imensos tonéis de inox onde toneladas e toneladas de precioso líquido aguardam sua hora de ir à garrafa. Também, uma sala de barricas francesas de carvalho, onde os <i>reserva</i> aguardam pacientes a sua vez, no escuro. Provamos algumas variedades ali mesmo, direto do barril, o que teve todo um encanto para mim.<br />
<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/SytxwN9erxI/AAAAAAAABlM/IkE6SMbb4og/s1600-h/IMG_3907.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/SytxwN9erxI/AAAAAAAABlM/IkE6SMbb4og/s320/IMG_3907.JPG" /></a><br />
</div><div style="text-align: center;"> Ficção científica!<br />
</div><br />
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<br />
A seguir, a sala de jantar, em frente a uma lareira acesa, e ao lado de uma cozinha, da qual vinham aromas de enlouquecer. Num primeiro momento, os aromas me lembraram a Patagonia, mas até agora não sei por que. Todo o tempo fomos recebidos pelo hostipaleiro wine maker e enólogo Carlos Lucas, que além de entender tudo, sabe explicar com clareza e simplicidade os detalhes mais minuciosos, não só do vinho como bebida, mas o mercado internacional, as dificuldades dos produtores e até, muito oportunamente, as consequências que o vinho sofre por conta do aquecimento global.<br />
<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/Sytx0bgIa_I/AAAAAAAABlU/klYNyW8rbsc/s1600-h/IMG_3912.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/Sytx0bgIa_I/AAAAAAAABlU/klYNyW8rbsc/s320/IMG_3912.JPG" /></a><br />
</div><div style="text-align: center;"> Barricas.<br />
</div><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><br />
<br />
O almoço foi mais uma orgia gastronômica, preparado por um chef alentejando muito eficiente e simpático. Peixinhos da horta (mini vagens fritas), brusquetas de coelho e tomate, lombinho de coelho com beringelas, vitela com purê de castanhas e geléia de morango. Tudo excelente. E isso é o que consigo me lembrar, já que a máquina fotográfica ficou sem bateria. Ah! E um bolo de chocolate levemente queimadinho e servido com uma compota de cerejas especialíssimas.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaPvU0VZyAOYwYyXWrgQDVsgwYa5xRSVcVkXyo-tJiO9HJyOxy8nfqZklLp-rVIKBUHowUX92TGk1HPBGC_IJTegYjkLrnCbKkH9d3r8gxtJOM3rgmw13yWC1O0okUXy0v-MvpVg6gZeWv/s1600-h/IMG_3899.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaPvU0VZyAOYwYyXWrgQDVsgwYa5xRSVcVkXyo-tJiO9HJyOxy8nfqZklLp-rVIKBUHowUX92TGk1HPBGC_IJTegYjkLrnCbKkH9d3r8gxtJOM3rgmw13yWC1O0okUXy0v-MvpVg6gZeWv/s320/IMG_3899.JPG" /></a><br />
</div><div style="text-align: center;"> Repare nos típicos ovos verdes alentejanos à esquerda.<br />
</div><br />
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Provamos alguns dos vinhos da casa, cada um mais gostoso, e todos nos surpreendemos com a qualidade do Vinha de Saturno. Um vinho gostoso, fácil de tomar, e ao mesmo tempo, cheio de personalidade. Como se isso fosse pouco, acessível! Eu adorei a frase do Carlos: "Fazer um vinho excelente que esteja ao alcance de todos, é o meu trunfo como enólogo". Lindas palavras. O Porto Vintage da casa (que fez tanto sucesso que não se acham mais garrafas 2004 e 2005 no mercado) também era maravilhoso e acompanhou a tábua de queijos e frutos secos em perfeita harmonia.<br />
<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/Sytx4KdoZuI/AAAAAAAABlc/r2HiW9o63uY/s1600-h/IMG_3913.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/_Mde6ijQ_Fqw/Sytx4KdoZuI/AAAAAAAABlc/r2HiW9o63uY/s320/IMG_3913.JPG" /></a><br />
</div><div style="text-align: center;">Já pensou no verão?<br />
</div><br />
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No fim do dia, ficou tudo cinza e frio, uma melancolia contrastante com a calidez humana e gastronômica que sentiamos dentro da casa. Entramos na carrinha e voltamos para casa em silêncio, alguns dormindo, outros lembrando, todos (aposto) com vontade de ter ficado no Alentejo um pouquinho mais.<br />
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Miss Kitchen viajou a convite da Tap. <a href="http://www.flytap.pt/">FLY TAP</a>!Natalia Mallohttp://www.blogger.com/profile/17196344489793049144noreply@blogger.com2